No dia em que o saudoso senador Humberto Lucena partiu desse plano para outro e o PMDB caiu no colo do então governador José Targino Maranhão o plano de voo da legenda foi alterado e de maior partido da Paraíba mergulhou nas chamadas noites traiçoeiras.
De frente partidária que aglutinava correntes e as maiores lideranças, o PMDB virou o partido da família Maranhão, se alimentando na cozinha daquela casa do Altiplano e definhando antes de chegar na calçada pela insustentabilidade da gestão familiar compartilhada entre tio e sobrinhos.
Não foram poucas as defecções e começando pelo grupo Cunha Lima, que saiu para o PSDB com mais da metade das principais lideranças, passando pelas crises que fizeram Wilson Santiago deixar a legenda, Gervásio e Trócolli seguirem o mesmo rumo.
Agora chegou a vez de Veneziano, a mais promissora liderança contemporânea do PMDB, provocado em seus brios, afrontado a assistir seus adversários sendo afagados pelo comando estadual da legenda.
Veneziano nem deveria tá mais no PMDB e se tivesse saído para disputar o governo quando Maranhão insistiu na prevalência, mesmo tendo sido já três vezes governador, a história a ser contada seria outra.
Agora chegamos mais uma vez ao gargalo de uma crise e se não quiser repetir os imbróglios de 2010 e 2014 Veneziano terá que tomar rumo, enxugar as lágrimas e acenar pela última vez para o PMDB que tanto ama.
Chegou a hora de ter a coragem dos grandes e, assim como Ronaldo, sair para assumir o seu destino e comandar uma legenda.
Dércio Alcântara