Carnaval deste ano foi o último evento festivo com grandes aglomerações antes da pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Em fevereiro, mesmo que o vírus já existisse, ainda não havia sido contabilizado casos no Brasil. Agora, com mais de 114 mil mortes, os foliões se questionam como serão as festas do próximo ano, principalmente em cidades marcadas pelas festas carnavalescas, como Rio de Janeiro, Recife e Salvador.
Um dos grandes questionamentos é se há possibilidade do evento acontecer on-line. Marcado para 16 de fevereiro, em um cenário nebuloso sobre a criação das vacinas contra a Covid-19, o uso das lives com show, que tornaram-se comuns em meio à pandemia, pode ser uma opção para que os apaixonados pelo Carnaval não percam a folia anual. Vale lembrar que a festa movimenta uma quantia monetária que gira na casa dos milhões em diversas cidades espalhadas pelo país.
Salvador
Recentemente, uma grande polêmica tomou o Carnaval de Salvador, um dos mais conhecidos no Brasil por conta das folias de rua. Notícias divulgadas no último dia 18 afirmavam que o governador ACM Neto (DEM) havia batido o martelo e decidido adiar as festividades para julho.
Mas, segundo o site Bahia Notícias, parceiro do Metrópoles, o político disse que ainda não tomou decisões sobre as datas e espera até novembro deste ano para esperar a evolução da Covid-19 no país. O portal entrou em contato com a prefeitura de Salvador, mas não obteve respostas até a publicação desta reportagem.
Rio de Janeiro
Já no Rio de Janeiro, local também conhecido pela folia na Sapucaí e nas ruas, a prefeitura afirmou em nota ao Metrópoles que “segue concentrando os esforços para salvar vidas e controlar a pandemia da Covid-19 na cidade. A pandemia tem impactado negativamente, de forma global, diversos segmentos da sociedade, entre eles o turismo e o mercado de eventos, onde se enquadra o Carnaval”.
“A Riotur [responsável pelo Carnaval], por meio do presidente em exercício Fabrício Villa Flor de Carvalho, mantém contato constante com o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Castanheira, para discutir as questões que envolvem os desfiles das escolas de samba na Marquês de Sapucaí. Como a Liesa é a responsável pela produção técnica e gestão comercial do Carnaval da Sapucaí, e o seu presidente fez um pedido à Riotur para aguardar a próxima assembleia, atendemos e estamos aguardando tal reunião, prevista para o mês de setembro. Ela definirá a posição das escolas em relação ao Carnaval Rio 2021”, informa a nota.
Já quanto aos blocos de rua, a RioTur garantiu que “mantém conversas com o GAESP (Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública do Ministério Público), órgão atuante na construção do evento que, dentre outras funções, participou da criação do Protocolo de Intenções, garantindo melhorias à folia. Além disso, a Riotur também mantém diálogo permanente com os representantes das ligas dos blocos de rua”.
São Paulo
Em São Paulo, nota também enviada ao portal garantiu que ainda não há data definida para que as festividades sejam realizadas. “Existe a expectativa de que aconteça a partir de maio do próximo ano. O Carnaval não deverá ocorrer em junho de 2021, para não coincidir com os festivais de São João no Nordeste do país”, garante o texto.
A Prefeitura de São Paulo ainda divulgou que o Carnaval deste ano movimentou R$ 227 milhões, enquanto os blocos de rua atraíram público de 15 milhões de pessoas e gerou ganhos de cerca de R$ 2,75 bilhões na economia da cidade.
Metrópoles