Começa nesta terça-feira (20) a 2ª Edição dos Testes Públicos de Segurança do Sistema Eletrônico de Votação, promovidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no intuito de conferir ainda mais transparência ao processo eleitoral e demonstrar sua confiabilidade e segurança. Até quinta-feira (22), os participantes terão a oportunidade de tentar realizar “ataques” à urna eletrônica e seus componentes internos e externos, visando explorar eventuais falhas do sistema relacionadas à violação da integridade e ao sigilo do voto.
Os testes contarão com 24 participantes divididos em nove grupos, e acontecerão na nova sede do TSE, em Brasília-DF, das 9h às 18h. Será contemplada a segurança do sistema eletrônico de votação, respeitando os procedimentos previstos nas normas aplicáveis e considerando os seguintes elementos e componentes da urna eletrônica: processo de carga da urna; hardware; lacre físico; dispositivos de logística que protegem a urna; mídias eletrônicas; conteúdo das mídias de dados; e software de votação utilizado na seção eleitoral.
O evento será acompanhado pelas comissões Avaliadora e Disciplinadora e também por observadores das áreas de Tecnologia da Informação e Segurança da Informação. Todo o ambiente de testes será monitorado por câmeras, e o acesso à internet nos três dias de teste será supervisionado pela Comissão Disciplinadora.
Os resultados e as conclusões dos testes serão apresentados em audiência pública no dia 29 de março, às 10h, também na sede do TSE, pelo presidente da Corte, ministro Ricardo Lewandowski. Os investigadores que efetivamente tiverem participado do evento receberão certificados de participação, mas não haverá premiação em dinheiro. As sugestões de melhorias encontradas poderão ser implementadas futuramente no sistema.
O evento tem o apoio do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Universidade de Brasília (UnB). A primeira edição dos testes públicos de segurança foi realizada em 2009.
Preparação
A grande novidade desta edição foi a fase de preparação dos testes, que ocorreu de 6 a 8 de março, na qual os participantes assistiram a uma palestra esclarecedora sobre o funcionamento da urna eletrônica e também puderam configurar os sistemas que serão utilizados no teste e elaborar suas propostas.
Nesta etapa, eles tiveram acesso ao código-fonte dos sistemas eleitorais, o que, em teoria, poderá facilitar as tentativas de ataques à urna eletrônica. Com o intuito de oferecer o maior número de subsídios possível para a modificação e o aperfeiçoamento dos planos de testes, os “investigadores” também puderam fazer consultas na internet.
1ª edição
A 1ª edição dos Testes Públicos de Segurança do Sistema Eletrônico de Votação aconteceu de 10 a 13 de novembro de 2009 e contou com a participação de 37 investigadores. Apesar do grande número de inscrições, nenhum dos participantes conseguiu burlar a urna eletrônica e seus componentes externos e internos, mas o TSE premiou a melhor tentativa de ataque à urna.
O vencedor, o especialista em Tecnologia da Informação Sérgio Freitas, tentou violar o sigilo do voto por meio da captação de ondas eletromagnéticas emitidas pelas teclas da urna durante a digitação, mas o teste não obteve sucesso. O aparelho de rádio utilizado por ele somente conseguiu captar essa radiação a uma distância de cinco centímetros da urna eletrônica, o que na prática torna inviável a violação, porque a urna instalada na seção eleitoral fica necessariamente isolada e sob vigilância.
Dessa forma, apenas a ideia dele foi aproveitada e, diante disso, o TSE apresentou sugestões de contorno para o que ele propôs de possibilidade de um ataque.
Mais informações podem ser obtidas no hotsite do evento.
TSE