Apesar da máxima de que com números não se briga, não vejo motivos para o governador Ricardo Coutinho fazer dessa pesquisa CNI/Ibope uma peça de promoção de sua candidatura a reeleição.
Primeiro pelo motivo óbvio de que na Paraíba as coisas acontecem exatamente ao contrário do que o Ibope diz; segundo por que até os velhinhos do abrigo da Mata da Amém sabem que a Confederação Nacional da Indústria tá arrastando as duas asas pela candidatura de Eduardo Campos e fez dessa pesquisa uma alavanca para os governadores do PSB.
Mas, afora essas rapaduras lambidas detectei outros motivos para encabular o governador, a começar pelo ruidoso índice de quem declara o governo ruim, que chegou a 27 por cento.
Quem diz que um governo é ruim no último ano de gestão não vota no gestor numa reeleição de jeito nenhum e aí logo podemos contabilizar esse contingente na cota da oposição e será deste patamar que ela deverá partir.
Outro detalhe que me chamou a atenção foi o número de pessoas em cima do muro, pois 31 por cento dos entrevistados disseram cautelosamente que a gestão Ricardo Coutinho é regular, ou seja: nem fede, nem cheira.
Quem fica no muro faltando tão pouco tempo para a eleição? Quem tem medo de falar abertamente o que pensa por medo de represália e como quem tem instrumentos para perseguir é o governo, logo poderemos deduzir que grande parte desses 31 por centos tendem a virar intenções de votos na oposição.
Assim, resta ao governador a constatação de que tem o que qualquer um com a máquina teria e convenhamos que uma avaliação de 39 por cento entre boa e ótima já é muito para quem não consegue dialogar com os segmentos da sociedade.
Enfim, 39 por cento dos paraibanos aprovam a gestão Ricardo Coutinho e outros de 58 por cento desaprovam.
Mas, a máquina da SECOM vai somar ótimo, bom e regular para esconder o verdadeiro sentimento de rejeição.