Apesar de entender que é cedo para prever os desdobramentos que virão da divulgação de conversas entre o ministro da Justiça, Sérgio Moro, e o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava-Jato, o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), não descartou, nesta segunda-feira, a possibilidade de anulação dos processos resultantes da operação, o que inclui as acusações e condenações contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dezenas de outros políticos.
Troca de mensagens
Os diálogos entre Moro e Dallagnol e entre os procuradores entre si foram publicados pelo The Intercept Brasil e, segundo o site, mostram o ex-juiz e Dallagnol em uma constante troca de mensagens, que incluiria sugestões de Moro sobre como proceder nas investigações e até mesmo a indicação de possíveis testemunhas. As conversas teriam ocorrido antes da primeira condenação do ex-presidente Lula, a quem Moro sentenciou a mais de nove anos de prisão.
Após divulgar nota no domingo, na qual afirmava que não existia anormalidade nos diálogos publicados pelo Intercept, Sérgio Moro negou, nesta segunda-feira, que tenha dado qualquer tipo de orientação à força-tarefa da Lava-Jato. “Não tem nenhuma orientação ali naquelas mensagens”, disse o ministro.