Não acharia covardia se o Procurador Geral da PMCG, José Mariz, viesse a público com uma nota humilde pedindo desculpas aos evangélicos na véspera do Encontro da Consciência Cristão, por ter trazido de volta aquela desrespeitosa frase de Ricardo Boechat, quando mandou o pastor Silas Malafaia “procurar uma rola”.
Até aplaudiria o advogado que cuida do aspecto jurídico da gestão Romero Rodrigues se ele aplacasse a sua ira e se redimisse perante os frequentadores de academias de ginástica, milhares, agredidos moralmente por terem a autoestima e opção pela saúde confundidas com taras sexuais.
Ficaria até solidário ao ex-presidente da OAB de Campina se ele amanhecesse essa segunda feira visitando as repartições municipais para fazer um mea culpa com os homossexuais que prestam relevantes serviços na edilidade, muitos até na própria Procuradoria, pois homofobia é crime e um procurador geral não pode incitar a população contra quem tem opções diferentes da sua.
Acho que seria um ato de civilidade e maturidade política o senhor José Mariz postar nas redes sociais uma nota respondendo a indignação da esposa do cidadão agredido pelo seu deslize, repondo a verdade e ao suplicar o perdão de Ana Cláudia, estender a todas as famílias a sua confissão de eu errei, mas estou aqui reparando.
Aos que fazem parte do staf mais próximo do prefeito e ao próprio Romero Rodrigues o advogado José Mariz deveria pedir novo voto de confiança. Afinal, errar é humano e não será por causa de uma fragilidade exposta que a reeleição será dada como comprometida.
Finalmente, sendo eu o Procurador Geral da PMCG também me dirigiria com humildade àqueles homens que usam cabelos grandes, muitas vezes com inspiração em Jesus Cristo, e até eleitores do próprio grupo, pois a opção sexual no século XXI não tem muito a ver com cabelo e nem é politicamente correto pré julgar as pessoas pela religião, sexo ou nome que sufragou nas urnas.
Resumindo, admitindo que errou e pedindo desculpas aos que agrediu com sua infeliz nota nas redes sociais, o senhor José Mariz vai tirar todos os correligionários de uma saia justa.
José Mariz errou, mas é um ser humano e, ao pedir perdão, deve sim ser perdoado. Mas, só se perdir perdão. Se perdoarão já são outros quinhentos.