O veto total ao projeto do deputado Ricardo Barbosa (PSB), que versa sobre a possibilidade de mulheres serem atendidas apenas por pessoas do sexo feminino nas delegacias especializadas voltou à tona nesta segunda-feira (29). O governador João Azevêdo comentou a propositura e sua decisão, antes de uma solenidade ocorrida na Academiada da Policia Civil.
“O projeto não foi atendido por uma questão de estrutura. Porque se não nós passaríamos, daqui há pouco, para que uma senhora grávida só pudesse ser atendida por uma médica. Não é essa lógica. Nós precisamos entender que as pessoas precisam ser atendidas com o respeito que merecem. Com a dedicação para a solução do problema. Mas esse fato não alterará em absolutamente nada em termos de eficiência. Essa é uma visão. E além disso existe, pelo número de profissionais que nós temos, a impossibilidade de atender essa lógica, por isso foi vetado”, esclareceu o governador.
Na mesma linha de raciocínio está o delegado geral da Polícia Civil, Isaias Galberto que, embora reconheça o mérito da propositura de Ricardo Barbosa, disse que o projeto é totalmente inviável pelo quadro de servidores da própria instituição, estando nele homens e mulheres.
“Em lugar nenhum do Brasil existe uma situação similar. Existe uma lei federal que diz ser preferencialmente, mas se torna inviável. Nós teríamos que fazer concurso só para mulheres na polícia, o que é inconstitucional. A Paraíba possuiu uma rede de atendimento nas delegacias da Mulher muito boa. Para você ter uma ideia, nós temos o mesmo número delegacias especializadas que Pernambuco, que é um estado que tem o dobro da nossa população. São 14 delegacias, e no Rio Grande do Norte, que tem uma população parecida com a nossa, só existem cinco. Então isso é impossível atender”, observou Isaias Galberto. Com informações PBAgora.