Juntamente com Berg Lima, o ex-governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), já pode pedir pelo menos umas duas músicas no Fantástico de tanto que seu nome aparece em investigações e denúncias. O ex-gestor recebeu a quinta denúncia pelo suposto envolvimento em um esquema de desvio de recursos públicos investigado na Operação Calvário: a Orcrim Girassol.
A defesa do ex-governador disse que não tomou conhecimento da denúncia e que só vai se pronunciar após conhecer o conteúdo do documento.
Além de Coutinho, são acusados de participação no esquema Daniel Gomes da Silva, Livânia Farias, Waldson de Souza, Jovino Machado da Nóbrega, Ney Suassuna, Aracilba Rocha, Fabrício Suassuna, Otto Hinrichsen Júnior, Edmon Gomes da Silva, Saulo de Avelar Esteves, Gilberto Carneiro da Gama e Sidney da Silva Shmid.
Todos os denunciados são acusados de participar no esquema e de crimes como corrupção passiva, crime de licitação e peculato. Na ação, o MPPB pede a condenação dos 13 denunciados além da perda de função pública, cargo, mandato ou emprego eletivo. É pedido também o ressarcimento aos cofres públicos paraibanos de mais de R$ 6,5 milhões, correspondente ao que teria sido desviado ilicitamente pelos acusados.
Assinada por procuradores membros do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) do MPPB, a denúncia se trata da suposta corrupção em contratos firmados entre a Cruz Vermelha Brasileira com o governo do estado para gerir o Hospital de Trauma de João Pessoa.
De acordo com a acusação, o modelo de gestão pública pelas Organizações Sociais (OS’s) seria inédito na Paraíba e foi concretizado após prévio pagamento de propina e fraude no processo de dispensa de licitação. O esquema teria provocado prejuízo de R$ 20 milhões aos cofres públicos só nos contratos do Hospital de Trauma.
Outras denúncias
Desde o ano passado, cinco denúncias passaram a pesar contra o ex-governador Ricardo Coutinho. A primeira delas o apontou como chefe de uma organização criminosa. O ex-governador chegou a ser preso, ainda no fim do ano passado. Depois disso, ele foi acusado de envolvimento em um suposto esquema de contratação de empresa para fazer um dossiê sobre os conselheiros do Tribunal de Contas do Estado.
A terceira dizia respeito ao envolvimento com o recebimento de uma caixa de vinho recheada de dinheiro, no Rio de Janeiro. A quarta tratava de uma suposta participação do ex-governador na composição societária de uma empresa que comprou parte do laboratório Lifesa. A quinta é justamente esta que trata do Hospital de Trauma.