“A mistura de negócios com a política – ainda mais em período eleitoral – levantou novas suspeitas de irregularidades, agora na Paraíba. O empresário Daniel Cosme Guimarães Gonçalves venceu no ano passado uma licitação da prefeitura de João Pessoa, capital do Estado. Foi pago – mas não viu o dinheiro. Em um vídeo de 12 minutos, Gonçalves afirma que o dinheiro público foi desviado para o caixa da vitoriosa campanha eleitoral do governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), eleito no ano passado. Gonçalves diz que, entre os implicados na fraude, estariam Coriolano Coutinho, irmão do governador, seu “mentor em superfaturar e fazer caixa dois”, e Alexandre Urquiza, ex-chefe de gabinete de Ricardo Coutinho e atual secretário de Transparência Pública da prefeitura de João Pessoa.”
O texto acima não é meu e foi publicado na Revista Época por ocasião de um outro caso de denúncia de desvio de dinheiro público para irrigar a campanha eleitoral do governador Ricardo Coutinho.
Percebam que mais uma vez foram utilizados recursos federais, no caso do FUNDEB, e quem operou o esquema, segundo o denunciante Daniel Cosme, foi o irmão do governador Coriolano Coutinho, que todos sabem que foi o coordenador financeiro da campanha.
Cori sempre Cori, como é conhecido entre os amigos e parceiros como Pietro, o cara que andava por aí em um Camaro vermelho e que “lavava o dinheiro para RC a pedido de Cori”, conforme afirma Daniel.
Tem um episódio que poucos sabem, mas na campanha de 2010 uma “namorada” de Pietro fez contato com a coordenação da campanha de Zé Maranhão e se dizendo traída por Pietro – estava grávida e foi desprezada – queria contar o que sabia. E sabia muito.
Ela apontou a casa de Pietro, em Campina, como um quartel general de um esquema que recebia dinheiro por Caruaru e que chegava até Pietro e este repassava para Coriolano. Ela disse que viu em um cofre mais de 5 milhões de reais e que o próprio Pietro teria se gabado da quantia. É que a moça era amiga da esposa de Pietro e vivia na casa deles.
Foi montado uma campana com apoio da P2 e a movimentação intensa confirmou a informação que a “namorada magoada” dera. Mas eis que homens que “se diziam policiais federais de Pernambuco” – um esquema supostamente ligado ao atual secretário de Segurança da Paraíba Cláudio Lima, que é delegado federal e já foi secretário de Segurança de Pernambuco – dispersaram a P2 e os jornalistas que faziam a campana, entraram na casa e sumiram com o dinheiro.
O resto dessa história é muito complicado e um delegado federal caxias ao resolver investigar teria sido perseguido dentro da PF, conta-me uma fonte de livre trânsito naquela instituição.
Hoje a Polícia Federal concluiu o que um grupo de destemidos jornalistas tem denunciado desde a época em que Ricardo era prefeito. O Jampa Digital é apenas a ponta do Iceberg e quem opera o esquema segundo afirma Daniel à Revista Época é Coriolano Coutinho, o que o atual vice prefeito de João Pessoa pode confirmar. Claro, se tiver coragem de abrir a caixa preta.