Em Nova York, nos Estados Unidos, é obrigatório verificar se os clientes estão vacinados contra a Covid-19 antes de permitir o acesso aos restaurantes. O presidente Jair Bolsonaro, que está na cidade para participar da Assembleia Geral da ONU e diz que não recebeu sequer uma dose do imunizante, driblou a exigência e saiu com a sua comitiva para comer uma pizza na rua nesse domingo (19).
O local escolhido não tinha mesas e estava localizado a poucas quadras do lugar onde está hospedado. Numa foto publicada por Gilson Machado, ministro do Turismo, em suas redes sociais, é possível ver Bolsonaro ao lado de Pedro Guimarães, presidente da Caixa, Anderson Torres, ministro da Justiça, Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional, e Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria-Geral da Presidência, entre outros, fazendo a refeição na rua.
Os clientes que vão aos restaurantes de Nova York devem apresentar o comprovante original da vacinação contra o coronavírus ou uma foto. Comendo na rua, o presidente evitou essa obrigatoriedade. Contudo, é costume de Bolsonaro comer comidas de rua ou ir a restaurantes populares durante eventos e viagens.
O presidente está na cidade para participar da Assembleia Geral da ONU, e se envolveu em uma polêmica na semana passada. Inicialmente, a ONU recomendou aos viajantes estrangeiros que viessem vacinados. No entanto, após críticas da Rússia, a entidade mudou de posicionamento. O secretário-geral, António Guterres, disse que não teria como impedir líderes estrangeiros não imunizados de irem ao encontro, e a decisão foi formalizada na quinta (16).
Se tivesse sido mantida, a medida poderia impedir a entrada de Bolsonaro. Ele já afirmou diversas vezes que não se vacinou contra a Covid, que já matou 4,7 milhões de pessoas pelo mundo. Em transmissão por redes sociais nesta quinta (16), repetiu a fala. “Depois que todo mundo tomar [a vacina] eu vou decidir o meu futuro aí”, afirmou.
O presidente chegou ao hotel, que fica a poucas quadras da sede da ONU, no fim da tarde de domingo. Ele entrou por uma porta lateral e não falou com a imprensa. A assessoria de comunicação havia orientado os jornalistas a aguardarem na portaria principal. Mas depois, perto das 18h, avisou que ele já estava no hotel e havia entrado por outra porta.
Um grupo de cerca de dez pessoas levaram faixas em defesa dos indígenas e pedindo fora militares. Eles gritaram palavras de ordem ao saber que Bolsonaro já tinha entrado no hotel, como “criminoso entra pelos fundos”.
Nesta segunda, Bolsonaro terá um encontro com o premiê Boris Johnson, do Reino Unido. Na terça, ele fará o discurso de abertura da Assembleia Geral, no plenário da ONU, e voltará ao Brasil à noite.
Folha de S. Paulo