Marco Feliciano não é Deus, como parece acreditar ele próprio, por seus comentários. Os evangélicos não são “o diabo”, como tentam fazer crer aqueles que, supostamente em defesa dos direitos humanos, passaram a agir com preconceito semelhante ao que acusam no espalhafatoso deputado do PSC.
As versões do pastor-político sobre homossexuais, negros, John Lennon, Caetano Veloso e o Titanic criaram nas redes sociais o movimento do “não me representa” – já misturada ao humor e fraca como voz de protesto.
Mas surge agora uma variação que pode, pela primeira vez, incomodar o pastor-deputado. A reação do momento – nada afetada, ressalte-se – vem dos evangélicos. Ainda manifestando apoio ao parlamentar, mas demarcando com alguma precisão o limite entre as opiniões de Feliciano e o que pensam os evangélicos, Lelis Washington Marinhos, relator do conselho político da Convenção Geral das Assembleias de Deus, afirma: “Feliciano não fala em nome da Assembleia de Deus”.
Ou seja: se você é evangélico, e também se assusta com alguém que envolve Deus em questões mundanas como a decisão de Mark Chapman de apertar o gatilho contra o Beatle que compôs ‘Give Peace a Chance’, tenha paciência. Marco Feliciano não representa oficialmente os fieis pentecostais. A não ser, é claro, aqueles que deram seu voto ao deputado que atualmente preside a Comissão de Direitos Humanos da Câmara, transformada em trampolim para atrair ainda mais eleitores para o PSC em 2014.