Conheci Ricardo Anísio nas redações. Eu era relações públicas do Convés e sempre recorria a ele para a publicação de releases dos eventos que promovia naquele bar épico.
Com Ricardo nada era fácil, pois era criterioso e exigente e a atração tinha mesmo que ser cultural.
Quando lançamos o disco Aquarius Volume 1 a crítica dele na coluna me deixou arrasado, pois disse que a capa do bolachão parecia uma caixa de medicamentos.
Sempre entendi esse nível crítico de exigência dele e procurei melhorar no Aquarius Volume 2. E ele elogiou.
Ricardo era assim mesmo. Não passava pano nem para os amigos e isso ajudou muita gente da área cultural a melhorar suas produções.
Talvez por esse mesmo nível de exigência Ricardo tenha embarcado na depressão que o levou hoje para um outro plano.
Exigente com os outros, exigente consigo, Ricardo subiu o sarrafo da vida e não soube lidar com as perdas de uma vida sem roteiro ou com roteiro adverso.
Perdemos todos com a partida de Ricardo Anísio.
Dércio Alcântara.