O Governo da Paraíba, por meio da Secretaria de Estado da Mulher e da Diversidade Humana (Semdh), realizou nesta terça-feira (19) uma programação especial em alusão ao Dia da Consciência Negra, celebrado pela primeira vez como feriado nacional. O evento, no auditório da PBPrev, em João Pessoa, reuniu autoridades, gestores públicos e lideranças para anunciar ações que reforçam o compromisso do Estado com a promoção da igualdade racial, a valorização das culturas afro-brasileira e indígena e o combate ao racismo estrutural.
A secretária da Mulher e da Diversidade Humana, Lídia Moura, destacou a relevância histórica do momento: “A celebração do Dia da Consciência Negra como feriado nacional é uma conquista fundamental. É uma data que nos convoca ao enfrentamento do racismo estrutural e à construção de uma sociedade mais justa e igualitária.” Ela afirmou também que as ações lançadas integram juventude, educação, cultura e ciência, com o Governo da Paraíba reafirmando seu compromisso em combater o racismo estrutural e valorizar a diversidade. “As iniciativas anunciadas simbolizam um passo significativo para a inclusão e fortalecimento da população negra e tradicional do Estado”, completou.
Entre os principais marcos do evento, foi assinada a cessão de uso do Casarão dos Azulejos, imóvel histórico de João Pessoa, que será transformado no Museu da Diáspora Negra, das Etnias e das Comunidades Tradicionais da Paraíba. O espaço será dedicado à preservação da memória e identidade das comunidades afro-brasileira e indígena.
O secretário de Cultura, Pedro Santos, ressaltou a necessidade de fortalecer o papel da arte no enfrentamento do racismo estrutural: “A cultura tem um papel fundamental nesse enfrentamento. Precisamos de uma nova narrativa, com editais específicos para arte, cultura e literatura que reflitam a diversidade racial. As parcerias com a Semdh são essenciais para que essas mudanças se consolidem.”
Além disso, a Semdh e a Secretaria de Estado da Juventude, Esporte e Lazer (Sejel) formalizaram a adesão ao Plano Juventude Negra Viva, uma iniciativa que visa reduzir as vulnerabilidades enfrentadas pela juventude negra e combater a violência letal. O secretário executivo de Juventude, Pedro Matias, enfatizou: “No Brasil, 76% dos jovens assassinados têm a pele preta. Trabalhar para reverter esse cenário é uma prioridade, e o Juventude Viva é uma ferramenta essencial para enfrentar o racismo e a violência.”
No âmbito da Ciência e Tecnologia, foi assinado um Protocolo de Colaboração entre a Semdh e a Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior (Secties), que promoverá pesquisas voltadas à valorização da memória e direitos da população negra e comunidades tradicionais. “É o momento de incentivar a pesquisa e trabalhar pela preservação histórica e cultural das comunidades tradicionais, unindo ciência e memória”, ressaltou o secretário Cláudio Furtado.
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Sérgio Fonseca, destacou as ações voltadas à formação policial: “Como homem preto, estar aqui é uma honra. Nos cursos de formação da Polícia Militar, estamos incorporando temas como intolerância religiosa, fundamentais para uma sociedade mais inclusiva.”
A gerente de Equidade Racial da Semdh, Jadiele Berto, celebrou as conquistas: “Estamos vivendo um momento rico para a população negra e os povos tradicionais. A cessão do Casarão, aliada ao apoio da ciência e tecnologia, demonstra a importância da solidariedade racial na construção de um futuro mais inclusivo.”
No campo cultural, a Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc), em parceria com a Semdh, promove o Festival Pretitudes, com atividades artísticas gratuitas até 27 de novembro. Com investimento de R$ 150 mil, o festival selecionou 31 propostas de artistas negros paraibanos, abrangendo Artes Visuais, Audiovisual, Circo, Dança, Literatura, Música e Teatro, além de oficinas formativas.
