Enquanto as crianças e adolescentes de Campina Grande e regiões circunvizinhas sofrem para receber atendimento no Hospital da Criança e do Adolescente, num prédio com condições insalubres e que não mais suporta a acentuada quantidade de pacientes, a nova unidade hospitalar que está sendo construída na cidade se encontra em situação de abandono.
A atual sede do Hospital da Criança foi construída durante a gestão do então prefeito Veneziano Vital do Rêgo e, apesar de ultrapassado para a atual demanda, ainda é referência no atendimento de saúde para a infância e juventude.
Licitada em 2017, a primeira parte da obra do novo hospital foi entregue, teoricamente, no final de 2020, como último ato do governo de Romero Rodrigues em Campina. A fachada do complexo passa a impressão de que a construção está a todo vapor e que finalmente as crianças e adolescentes campinenses, e também de áreas próximas, terão um espaço adequado para o seu tratamento de saúde. Mas é só a fachada.
Uma reportagem da TV Paraíba, veiculada no JPB 1ª edição, mostrou para toda a Paraíba a realidade da obra, que está parada. Na parte da frente, uma bela pintura com o nome do hospital e tudo nos “conformes”. Na parte de trás, tijolos, andaimes e areia – nada construído – o que lembra até as cidades cenográficas montadas para produções televisivas.
O quadro “Calendário JPB”, que cobra na TV soluções do poder público para os problemas dos paraibanos, até tentou mostrar o andamento da obra por dentro, mas foi barrado pela Secretaria de Saúde de Campina Grande. Há algo a esconder?
O secretário municipal de Saúde campinense, Gilney Porto, procurou a reportagem para esclarecer os questionamentos da matéria. Segundo ele, ao assumir a gestão, o prefeito Bruno Cunha Lima pagou à empresa responsável pela construção da unidade o restante do montante acordado no processo licitatório, no mês de fevereiro. Ou seja, o dinheiro foi entregue mas a empresa não cumpriu sua parte no acordo.
Por esta razão, será necessário a realização de um novo processo licitatório para a conclusão da obra, que de acordo com Gilney, deverá ser lançado no prazo de três meses. A licitação inicial, feita no governo de Romero Rodrigues, teve o valor de R$ 6 milhões, totalmente pago pela Secretaria de Saúde. A empresa contratada não terminou a construção, sem qualquer justificativa plausível, deixando um importante equipamento para as crianças e adolescentes de Campina Grande negligenciado.
As perguntas que fica são: Cadê o dinheiro, originário de verbas públicas, entregue para a realização da obra? E por que Romero Rodrigues entregou algo que não existe à população? Uma simples fachada não pode ter custado R$ 6 milhões.
Enquanto isso, os pequenos pacientes seguem sendo atendidos no prédio antigo do Hospital da Criança e do Adolescente, que já não suporta a demanda apresentada e com instalações deletérias, arcando com as consequências do descaso e do desprezo da gestão anterior, comandada por Romero.
Veja a reportagem completa abaixo: