O pai de Marvin Henriques – paraibano acusado de ajudar assassino na Espanha a matar um casal e seus dois filhos – criticou a atuação da Câmara Criminal e dos órgãos de investigação na análise do processo e na decisão que determinou a prisão preventiva, na última sexta-feira (28), do jovem.
Segundo Percival Henriques, não ficou provado que Marvin ajudou François Patrick Gouveia a matar o tio, a esposa e os dois filhos deles. “Não houve o devido processo legal e investigativo”, disse. Percival define a decretação da prisão preventiva como “arbitrária e desnecessária”.
O relatório da Polícia Federal sobre o caso, por exemplo, apontou a insuficiência de elementos para dizer se Marvin sabia com antecedência dos planos de Patrick.
De acordo com o documento da PF, o que ficou provado é que Marvin se comunicou com Patrick logo após ele cometer três dos quatro assassinatos e que Patrick teria contado com comentários e opiniões de Marvin sobre o crime.
Outro ponto que chama atenção no documento é que dentre as conclusões dos investigadores federais é a de que os dois eram muito próximos, tinham uma “amizade muito forte” e que “dificilmente Marvin, com a idade que tinha, teria condições psicológicas de denunciar o amigo”.
O fato é que, contrariando o relatório da PF, a Polícia Civil e a Câmara Criminal do TJPB concluíram pela prisão de Marvin.
O contraditório em toda essa história é a postura do promotor Francisco Sagres, que pediu o relaxamento da prisão de Roberto Santiago, se posicionou pela prisão de Marvin – apesar de terem áreas diferentes, os dois casos têm similaridades quanto às provas.
“A coisa que eu ouvi do promotor é de gente que não estudou Direito. O Patrick isentou completamente ele [o Marvin], disse que cometeu o crime todo sozinho, que teve aquela conversa nojenta, mas o Marvin não tem nada a ver com o sucesso ou o fracasso do crime”, assinalou o pai de Marvin.
Para Percival, o fato de não ter havido “sequer uma audiência de instrução mostra que o caso não está sendo conduzido da maneira correta”.
“Estão querendo tirar [meu filho] da escola de novo, do trabalho, sem dar nenhuma chance. Isso feito por uma Câmara Criminal mostra uma incompetência muito grande, ou muita maldade”, concluiu.
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Da redação