O deputado estadual Walber Virgolino (PL) se manifestou contra a implementação de câmeras corporais nos policiais militares da Paraíba. Em sua opinião, a medida será prejudicial ao trabalho da corporação pois a utilização dos equipamentos “marginaliza” os policiais e compromete a eficiência das operações de segurança pública.
“Eu sou totalmente contra, sempre fui, né? Querem marginalizar a polícia, querem condenar previamente os policiais, dizendo que precisam ser monitorados para evitar cometer crimes. Por que a gente não faz isso com os chefes dos poderes? Quem é que começa com o STF, com o presidente da República, com o Procurador-Geral da República, com o presidente do Congresso Nacional ou da Câmara dos Deputados? Aí vem descendo na Justiça dos Estados, nas Assembleias Legislativas, né? Se a gente for partir dessa premissa, nivelar por baixo, é expor o policial”, argumentou Walber.
Com experiência na Polícia Civil, o parlamentar ressaltou as “peculiaridades” do trabalho policial e destacou que, em diversas situações, as abordagens exigem decisões rápidas e ações enérgicas.
“A atividade policial é uma atividade que você tem que pensar rápido. Quem tá na rua, às vezes, não tem tempo de estar vendo legalidade. Uma abordagem policial é uma abordagem dura, você tem que falar alto. Às vezes, você tem que tirar o cara arrancado do carro dele, no chão. Isso é normal no meu policial. Isso não é ilegal, não é errado”, pontuou.
Virgolino afirma que o uso das câmeras pode desmotivar os policiais, gerando temor de consequências negativas e prejudicando a segurança pública.
“Quero ver qual policial vai querer abordar a gente na rua. O policial que vai querer ir pra rua, se expor, arriscar, perder o emprego e acabar preso? Com câmeras corporais, o fim das polícias, né? O STF, juntamente com grande parte da classe política, está empurrando a polícia para a extinção”, declarou.
O deputado também discordou da argumentação de que as câmeras poderiam proteger os policiais de falsas acusações, dizendo que as narrativas contra as forças de segurança persistirão, independentemente dos registros em vídeo.
“Essas falsas narrativas sempre vão existir, porque faz parte da política e do governo atual. Todo político de esquerda tem essa narrativa de que a polícia é arbitrária, errada. Então, o policial sempre será alvo, filmado ou não”, acrescentou.