As vendas no comércio brasileiro caíram 6,2% em 2016, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (14). Foi o pior resultado em 15 anos, desde 2001, quando começa a série histórica do instituto.
Em dezembro, as vendas recuaram 2,1% na comparação com novembro, quando subiram 1%. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, houve queda de 4,9%, no 21º recuo seguido.
A expectativa em pesquisa da agência de notícias Reuters era de queda de 1,95% na comparação mensal e de 4,5% sobre um ano antes.
O volume de vendas caiu em todas as oito atividades que compõem o setor. Veja os resultados por atividade:
– Livros, jornais, revistas e papelaria: -16,1%
– Móveis e eletrodomésticos: -12,6%
– Equipamentos e material de escritório, informática e comunicação: -12,3%
– Tecidos, vestuários e calçados: -10,9%
– Outros artigos de uso pessoal e doméstico: -9,5%
– Combustíveis e lubrificantes: -9,2%
– Supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: – 3,1%
– Artigos farmacêuticos, médicos, de perfumaria e cosméticos: -2,1%
Veículos e construção
Segundo o IBGE, o comércio varejista ampliado, que inclui a venda de veículos e de material de construção, também teve a maior queda da série histórica, de 8,7%. O resultado reflete o desempenho ruim das vendas de veículos, motos, partes e peças (-14%) e de material de construção (-10,7%).
A diminuição no ritmo de financiamentos, a alta taxa de juros e o endividamento das famílias foram os fatores apontados pelo órgão para explicar a queda no comércio.
Vendas só não caíram em Roraima
Considerando os Estados e o Distrito Federal, as vendas no comércio ampliado (incluindo veículos e material de construção) caíram em 26 das 27 unidades.
Os piores resultados foram registrados no Amapá (-16,3%), no Espírito Santo (-15%) no Pará (-14%) e em Tocantins (-13,1%). No Rio de Janeiro, a queda foi de 11,3% e, em São Paulo, de 7%.
182 mil demissões
Na véspera, um estudo da CNC (Confederação Nacional do Comércio) mostrou que o comércio varejista brasileiro fechou 108,7 mil lojas e demitiu 182 mil trabalhadores no ano passado.
O ano superou os resultados negativos de 2015 tanto na quantidade de lojas desativadas quanto em vagas fechadas. Em dois anos, o comércio encolheu em mais de 200 mil lojas e quase 360 mil empregos diretos.
O estudo da CNC mostra que, de dez segmentos do varejo analisados, todos fecharam mais lojas do que abriram no ano passado.
Fonte:Uol