“Índio quer apito e se não der pau vai comer…” O que acontece na Paraíba parece com essa velha marchinha de carnaval e aos poucos a estilosa roupagem da “Nova Paraíba” vai desbotando e deixando a mostra sua verdadeira cor.
Lá em Campina durante uma entrevista o governador Ricardo Coutinho saiu pela tangente várias vezes ao ser indagado sobre a reconstrução da Barragem de Camará.
O repórter imprensava daqui, encurralava dali e o socialista, escorregadio que só quiabo bem cozido, esquivava se.
– E a barragem de Camará? – Insistia o repórter.
– O povo do Brejo fique certo de que vou reconstruir – Repetia a cada pergunta cujo desfecho era o mesmo.
– Mas o senhor remanejou os recursos para o Centro de Convenções… – Cercava o repórter.
– Mas Camará está garantida e dentro de pouco tempo será realidade – Escorregava o governador sem precisar como e quando vai reconstruir Camará
– O problema governador é que o povo tá precisando dessa água com urgência! – Rebateu o repórter diante das evasivas.
– O que eles querem que eu faça? Dance a dança da chuva?
O diálogo acima aconteceu durante a visita do governador a Campina e essa maneira seca, curta e grossa de tratar as pessoas e os problemas da Paraíba tem irritado muita gente.
Como pode um gestor remanejar recursos que deveriam reconstruir uma barragem capaz de resolver o problema de abastecimento de água de uma região, apenas pelo capricho de acelerar a construção de um Centro de Convenções que é importante, mas não é fundamental?
Ricardo repete assim a mesma estratégia de sua gestai em João Pessoa, quando concentrou esforços na construção da Estação Ciência, uma obra milionária, mas com função apenas decorativa, e abandobou os bairros pobres.
Ele deixou o povo do Brejo na mão e deu asas a sua vaidade de querer fazer do Centro de Convenções da Capital o seu cartão postal para a reeleição.
E o pior é que é bem capaz de o eleitor desatento que ficou sem água no Brejo votar em Ricardo quando vir no guia eleitoral o Centro de Convenções construído com o dinheiro da Barragem de Camará.
O povo é assim: vive atirando no próprio pé.
Por falar em “dança da chuva”, veja o vídeo para aprender os passinhos, pois se depender do governador o povo dança.