Se o número oficial de mortos na tragédia da região serrana do Rio já é de mais de 700 e o MP listou até agora 430 desaparecidos, devemos concluir que poderá chegar a 1500 as vítimas fatais.
O que fica para todos os brasileiros é a lição de que nenhum de nós está fora do alcance de uma virada de vida pelo avesso.
O que mudou dessa vez foi de onde o drama eclodiu, pois antes tudo que era notícia ruim partia do Nordeste e o sulista via nossa gente como um peso a carregar.
Em um momento como esse os vários brasis se unem e a corrente de solidariedade nos transforma em uma nação solidária.
Além da pacificação nos morros para aniquilar o tráfico, o Rio de Janeiro precisa reduzir seus contrastes sociais.
Querem contraditório maior do que a maior favela do mundo e o bairro mais chique convivendo na mesma praia da afetada Barra das mansões e super-shoppings e arranha céus?
Se um dia a Rocinha descer feito barranco lá em São Conrado e Barra tudo será afetado. É uma coisa circular da insensibilidade de uns gerando o barraco do outro, em um dominó em que todos desabam agarradinhos.
A mesma coisa é o político corrupto que faz do seu delito o exemplo para a bandalheira generalizada e daí nasce o traficante que vai encher de cocaína e crack as narinas e pulmões dos seus filhos.
Até quando o cachorro vai querer morder o rabo?