O Tribunal Superior Eleitoral ( TSE ) condenou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o vereador de Cascavel, Rômulo Quintino (PL-PR), por divulgar vídeos que associam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao “demônio” durante as eleições de 2022.
Na época, o vereador gravou uma publicidade tirando uma fala de Lula de contexto. “Eu estou falando com o demônio e o demônio está tomando conta de mim”, foi a frase dita pelo petista.
Flávio Bolsonaro compartilhou o vídeo e escreveu: “Marque seu pastor, padre, rabino nos comentários. Envie este vídeo a sua liderança religiosa e pergunte o que ela pensa disso. A guerra é também espiritual.”
A frase retirada de contexto na gravação aconteceu em agosto de 2021, durante um encontro do presidente com representantes do movimento negro em Salvador.
“E nas redes sociais do bolsonarismo, eles estão dizendo que eu tenho relação com o demônio, que eu estou falando com o demônio e o demônio está tomando conta de mim. Mas é uma campanha massiva, é uma campanha violenta como eles sabem fazer, do mal. Eles só sabem fazer isso”, falou Lula.
Os ministros do Supremo Tribunal Federal votaram por multar em R$ 5 mil o vereador e o senador por disseminar informações falsas contra o atual presidente da República.
“A Justiça pode ser cega, mas não é tola. Nós não podemos, no TSE, fazer a política do avestruz, fingir que algo não aconteceu”, afirmou o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, em setembro do ano passado.
“Nós podemos criar óbices, mas não há dúvidas: é o ‘modus operandi’ das ‘fake news’. Um coloca, o outro joga, cai na rede, nunca mais sai. Claramente aqui (a intenção) é eleitoral”, acrescentou o magistrado.
Na última sexta-feira (5), a votação foi concluída. Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Benedito Gonçalves, Raul Araújo e Sérgio Banhos acompanharam a decisão de Moraes.
O único voto contrário foi da relatora do caso, Maria Claudia Bucchianeri, que pediu o arquivamento do processo justificando que as publicações já foram apagadas.
Redação com Último Segundo