A ex-secretária de Saúde de Campina Grande, Médica Tatiana Medeiros, lamentou nesta segunda-feira (08) a decisão da Prefeitura de Campina Grande de fechar as portas do Hospital Pedro I para atendimento ao público, transformando-o em suporte para o Hospital Regional de Emergência e Trauma, através de um sistema de comodato, por dez anos. Segundo ela, isto acarretará em prejuízo para a população campinense.
Tatiana disse que quando a Prefeitura anunciou a municipalização Hospital Pedro I, achou que seria uma ação positiva, pois, na prática, significaria outro hospital público atendendo a população. Porém, só depois tomou conhecimento dos detalhes do processo que, na prática, significa terceirizar o Pedro I, com a instituição de uma Organização Social para gerir o hospital, transformando-o em hospital suporte para o Regional.
Com isso, o Pedro I terá funcionamento “portas fechadas”, o que, na prática, significa que não mais atenderá à demanda espontânea, de pessoas que procuram o hospital. Ele servirá, apenas, para receber pacientes que tenham passado por procedimentos cirúrgicos, por exemplo, e que necessitem de internação pós cirurgia.
“Lamentável que o Hospital Pedro I, que tinha um papel importante no sistema de saúde de Campina Grande, em atendimento de clínica médica e urgências, deixe de atender com ‘portas abertas’ para as demandas espontâneas da população. No governo Veneziano, na nossa gestão como secretária de Saúde e na gestão da Dra Marisa Agra, o Pedro I foi privilegiado com recursos e atenção por parte da gestão municipal da Saúde e, agora, vemos uma decisão que prejudicará a população”, afirmou Tatiana.
Acordo com Estado – Para Tatiana, na prática significa que a população campinense terá um hospital a menos para procurar atendimento, em caso de necessidade. “O Hospital Pedro I não mais estará à disposição do campinense que procurá-lo para atendimento e isso trará prejuízo para o sistema de saúde pública da cidade”.
Tatiana disse que a decisão de transformar o Pedro I em um hospital “portas fechadas” se deu através de um acordo com o Governo do Estado, para encaminhamento de pacientes do Trauma. “Foi um grande acordo entre o Governo do Estado e a Prefeitura de Campina Grande, fechando as portas do Pedro I para a demanda espontânea. Isto, sem qualquer incremento financeiro para a PMCG, por parte do governo estadual”.
A ex-secretária municipal de Saúde adiantou que, a partir da mudança, os atendimentos normais que compõem a chamada ‘demanda espontânea’ do hospital deixarão de ser aceitos. “Demanda espontânea é, por exemplo, pessoas que procuram o hospital passando mal, que chegam de carro, trazidas de qualquer ponto da cidade. Estas pessoas vão procurar o Pedro I e não vão ser atendidas porque o hospital deixou de atender”.
Demissões – Tatiana lamentou também a decisão de demitir profissionais que trabalham no hospital, por força da nova orientação de funcionamento. “O Pedro I era filantrópico, mas tinha profissionais contratados e todos estão sendo demitidos. Eles agora vão realizar uma seleção interna para contratar, em caráter temporário, pessoas para substituir os demitidos, com vínculos precários”.
A médica reiterou que tinha ficado feliz com a decisão da municipalização, mas quando tomou conhecimento de como se dará o processo, na prática, mudou de opinião. “Estou decepcionada, como profissional da medicina e cidadã. É mais uma enganação desta gestão, eleita sob a proposta da inovação, mas que usa as práticas mais reprováveis”.