“Ora, direis, ouvir estrelas, certo
perdeste o senso, e eu vos direi, no entanto
que, para ouvi-las, muita vez desperto
e abro as janelas, pálido de espanto”.
Jornalista como eu, Olavo Bilac ouvia estrelas. Não sei se ele tinha a mediunidade que tenho ou se as estrelas que ele ouvia contavam histórias parecidas com as que me contam, mas – sim! – escuto estrelas!
As estrelas tem sabedoria mais do que milenar, pois são de um mundo infinito. Não sei se portam a Palavra, mas são emissárias de Deus.
E costumo me curvar anti tanto empoderamento cósmico. Como não acreditar no que dizem as estrelas?
Faço sempre o que elas recomendam que eu faça, mesmo que aos olhos rasos do mundo pareça loucura ou burrice.
Avanço quando mandam, recuo quando pedem, pois o metafísico tem força.
Alguém vai dizer que amanheci muito estranho neste domingo de carnaval e a quem pensar assim digo: acordei mais uma vez ouvindo estrelas e, como Olavo Bilac, o que me foi dito essa madrugada acordou-me pálido de espanto.
Dércio Alcântara