Uma análise fria dos números da pesquisa Correio/Souza Lopes detecta que o cenário se mantém inalterado desde que Cássio rompeu com Ricardo e se lançou como opção.
Aparentemente cristalizada, a cena consolida a tendência que qualquer um pode perceber nas ruas, que é a tendência de voto na oposição.
Somadas, as opções no contraponto ao governo ultrapassam os 50% e essa totalização empareda o padrão do governo Ricardo Coutinho no primeiro e no segundo turno.
Isso quer dizer que só restará ao governador espernear e criar factoides no curso da campanha, pois virar o jogo sem canais de diálogo com os partidos e atores da cena política é tatefa impossível.
Ricardo conseguirá com Radical ou com Tárcio? Sem chance, ambos são membros dos movimentos sociais que Ricardo tanto espolia.
Ricardo conseguirá dialogar com Vital e o PMDB? Improvável, pois ao tomar o PT e prejudicar a proporcional dificilmente terá diálogo sem ruído.
Com o Major Fábio Ricardo não poderá contar, pois a tropa não aprovaria o acordo e o major levaria só a patente para nunca mais ser nada na política.
Então, quem Ricardo poderá atrair para um eventual segundo turno?
Sem coletivo, sem prefeitos e sem amigos, Ricardo pagará o preço de sua arrogância ficando isoladamente só.
E ainda correndo o risco de ser defenestrado da vida pública com oito anos de inelegibilidade.