Em sua partida para a morada final o velho líder político da Terra dos Canaviais Severino Maroja leva consigo o código de honra de uma época em que fazer política era renunciar ao patrimônio e dividir o pão e numca levar para casa o que pertencia ao povo
Três vezes prefeito de sua amada cidade, onde sempre residiu ali na Serra do Engenho, Maroja entrou na política com seis fazendas de enormes plantios de cana de açúcar, que fabricavam a famosa e apreciada cachaça Engenho do Meio, e saiu menor.
Uma coisa impensável na lógica política de multiplicação dos tempos em que vivemos e que Maroja não se adaptaria. Ele, por exemplo, nunca permitiu que sua emissora de rádio Líder FM migrasse para João Pessoa, como outras concessões fizeram. Seu orgulho era ser e permanecer em Santa Rita.
Com sua esposa Estefânia chegou a Assembleia, juntos fizeram a boa política, sempre com muita influência no âmbito estadual, ouvido e visitado por governadores, mas sempre focado no bem estar do seu povo dos canaviais.
Da zona canavieira, com seus engenhos Santa Rita cresceu e se firmou entre as quatro maiores cidades do estado e Severino Maroja fez parte dessa conquista, seja como senhor de engenho, agricultor, empresário e político. Estão entrelaçadas a história de Santa Rita e a de Severino Maroja e são inseperáveis como criador e criatura
Com a morte de Severijo Maroja, acontecida ontem no hospital da UNIMED, Santa Rita perde um de seus mais importantes entusiastas, considerado como um pai dos pobres por muitos, querido e amado.
Vocacionado, bom samaritano, abnegado, simples e honesto. Politicos como Severino Maroja estão cada vez mais raros. Perdemos todos um bom exemplo.
Dércio Alcântara