A reforma ministerial que o presidente Jair Bolsonaro realizou na segunda-feira (29), onde trocou o comando de seis ministros do governo, foi oficializada nesta terça (30), com a publicação no “Diário Oficial da União” (DOU).
As alterações incluíram a mudança na gestão do Ministério da Defesa, ao qual estão vinculadas as Forças Armadas. Os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica chegaram a se reunir no fim da tarde de segunda-feira para avaliar o cenário para os militares. Uma nova reunião dos chefes das três forças deverá ocorrer nesta terça.
Confira as mudanças no comando das seis pastas:
- Na Casa Civil da Presidência da República sai o general da reserva Braga Netto, que será transferido para o Ministério da Defesa. Quem assume é o general da reserva Luiz Eduardo Ramos, atual ministro da Secretaria de Governo.
- No Ministério da Justiça e Segurança Pública, o atual gestor, André Mendonça, será transferido para a Advocacia-Geral da União (AGU). O comando da pasta ficará para o delegado da Polícia Federal Anderson Torres, atual secretário de Segurança Pública do Distrito Federal.
- No Ministério da Defesa, o general da reserva Fernando Azevedo e Silva deixa o cargo e dará lugar ao general da reserva Walter Souza Braga Netto, atual chefe da Casa Civil.
- No Ministério das Relações Exteriores, o embaixador Carlos Alberto Franco França, diplomata de carreira que estava na assessoria especial da Presidência da República assume a gestão. Quem sai é o embaixador Ernesto Araújo.
- Na Secretaria de Governo da Presidência, entra a deputada federal Flávia Arruda (PL-DF), enquanto o general da reserva Luiz Eduardo Ramos deixa o comando, sendo transferido para a Casa Civil.
- Na Advocacia-geral da União, José Levi, procurador da Fazenda Nacional sai para que André Mendonça, que já chefiou a AGU no início do governo e está atualmente no Ministério da Justiça, volte a administrar a pasta.
Como só era esperada a substituição de Ernesto Araújo, a dimensão da reforma ministerial surpreendeu. Entretanto, Bolsonaro aproveitou a saída de Araújo para realizar uma mudança maior. O governo atualmente tem 22 ministérios – a independência do Banco Central aprovada pelo Congresso fez com que a instituição deixasse de ser contabilizada nessa lista.
A primeira troca confirmada nesta segunda foi justamente a de Ernesto Araújo. Criticado por sua atuação durante a pandemia, o chanceler teve a demissão pedida por deputados e senadores e, no domingo (28), sacramentou sua saída após um atrito com a senadora Kátia Abreu (PP-TO).
O ministro se reuniu com assessores próximos no fim da manhã e apresentou o pedido ao presidente Bolsonaro, segundo apurou a TV Globo. A confirmação oficial e o nome de Carlos Alberto Franco França como substituto, no entanto, só saíram no fim da tarde.
À tarde, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, emitiu nota oficial para informar que deixaria o cargo. O comunicado não informou motivo e nem substituto, mas Azevedo e Silva foi demitido pelo presidente Jair Bolsonaro, informou o blog da jornalista Andréia Sadi.
O pedido de demissão de José Levi do comando da AGU foi confirmado no fim da tarde, minutos antes da nota oficial do Planalto com a íntegra da reforma ministerial.
O blog no G1do jornalista Valdo Cruz, da GloboNews, também já havia antecipado os nomes de Braga Netto no Ministério da Defesa, de Anderson Torres na pasta de Justiça e Segurança e de André Mendonça na AGU. As mudanças foram confirmadas pelo Planalto na nota oficial.
Para a substituição de Ernesto Araújo, ao longo do dia, o principal cotado era o atual embaixador do Brasil na França, Luís Fernando Serra. O nome era defendido por bolsonaristas, como informou o blog de Andréia Sadi, mas o governo optou por um diplomata de perfil mais discreto, promovido a embaixador há menos de dois anos.
G1




