O partido Rede Sustentabilidade anunciou nesta quinta-feira (28) apoio formal à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência.
Durante o evento, lideranças do partido disseram que o anúncio representa a “maioria” da sigla. Filiados poderão apoiar outros candidatos.
O anúncio foi feito em um ato em Brasília do qual participaram representantes da Rede, entre eles o porta-voz do partido, Wesley Diógenes, e o senador Randolfe Rodrigues (AP), e também do PT, entre os quais Lula, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e os ex-ministros Luiz Dulci e Aloizio Mercadante.
No ato, os integrantes da Rede entregaram um documento com propostas para o programa de governo de Lula.
O apoio da Rede a Lula encontrou resistência em parte dos filiados. Entre os integrantes que demonstraram insatisfação com Lula estão a ex-ministra Marina Silva e a ex-senadora Heloisa Helena, ex-filiadas ao PT. As duas não participaram do ato desta quinta-feira.
Segundo Wesley Diógenes, porta-voz da Rede (o equivalente a presidente na estrutura interna do partido), o evento mostrou que a maioria do partido está alinhada a Lula.
“Há contrários [ao apoio] e é importante dizer que nós respeitamos. Todo esse encontro demonstra que quase a totalidade do partido está com Lula. Enxergamos a candidatura do PT como a única capaz de superar o que estamos vivendo”, disse.
Wesley Diógenes afirmou que a Rede aprovou uma resolução que permite a filiados declarar apoio a candidatos diferentes dos definidos pela direção nacional do partido. Há também um artigo que prevê situações como essas no estatuto, documento que prevê regras de funcionamento, da federação partidária entre Rede e PSOL.
O estatuto da federação diz que os partidos “mantêm suas respectivas autonomias, de acordo com os ditames da Constituição Federal, e poderão, mediante decisão de suas direções nacionais, deliberar acerca de posicionamento público de filiado que divirja da orientação eleitoral da federação”.
“Temos esses dois dispositivos para os insatisfeitos apoiarem, por exemplo, Ciro [Gomes]. Temos respeito por eles e eles por nós”, completou.
O documento entregue a Lula
No documento entregue a Lula, a Rede sugere que um eventual governo aprove “com urgência” uma reforma tributária “sustentável e progressista”.
A proposta, segundo as lideranças da Rede, deverá ser baseada nos “princípios da simplificação do sistema, da progressividade, da transparência, do equilíbrio federativo e da sustentabilidade e transição para a economia de baixo carbono”.
O partido sugere ainda que Lula inclua no programa de governo os seguintes compromissos:
- criação de alíquotas progressivas para um imposto federal sobre herança e doações;
- alíquotas entre 0,5% e 1% para o imposto sobre grandes fortunas – que será cobrada em caso de fortuna superior a R$ 10 milhões;
- acabar com a isenção total de lucros e dividendos no Imposto de Renda e dos juros sobre capital próprio.
Além disso, as lideranças pedem que Lula se comprometa comprometa a aprovar direitos para os trabalhadores de aplicativos.
Outro ponto é a defesa da promoção de um “dia do revogaço”, revogando todos os decretos e portarias anti-indígenas e antiquilombolas do governo Jair Bolsonaro, e a criação do Ministério da Causa Indígena – já defendida por Lula no início do mês.
g1