Nesta semana que se encerra nesta sexta, último dia útil desse ciclo, nada mais avassalador que a entrevista da ainda ministra Ellen Grace, ex- presidenta do STF.
Nas páginas amarelas da revista Veja ela mandou um bicudo daqueles que até lutador pesado de vale tudo se agacha e fica chorando pela mãe de tanta dor.
Ellen disse que “dos poderes o Judiciário é o menos corrupto”.
Eu sei que você deixou de ser ingênuo no dia que percebeu que seu presente de natal chegou sem sua casa ter chaminé e que se não tinha papai Noel não existia.
Mas receber da boca de uma ministra do STF a confirmação de que o Brasil é o país dos corruptos e que aquele poder que deveria punir tem corruptos aliviando confesso que nunca imaginei presenciar.
Do mesmo jeito que nem todo jornalista é honesto ou nem todo político é ladrão, generalizar banaliza o crime e desestimula a manutenção da honra. Vale a pena ser íntegro?
Mas o que tem de juiz e desembargador freqüentando o limite que separa o que é legal do que é ilegal não ta no gibi.
Mesmo assim, não se justifica um secretário de Estado vir a público chamar os membros do Judiciário de moleques.
Uma coisa é um ministra em vias de se aposentar revelar que nem tudo é perfeito, outra é alguém que desdenha da Lei e quer calar jornalistas que denuciam desmandos como uma licitação de quase 100 milhões, cheia de irregularidades, como é a da SECOM, querer trazer todo mundo para o seu submundo.
Eu sei que a lama subiu ao pescoço e estamos atolados na corrupção e que para os corruptos quanto pior melhor, mas entre ser e querer que todo mundo seja há uma distância.
Tem gente que gostaria de promover baile de debutantes no pior prostíbulo da Paraíba, mas a integridade da corrente do bem não deixará que transformem a Paraíba inteira em um puteiro para assim ganhar mais dinheiro.
Até quando vamos suportar?