A Paraíba é uma terra de muro baixo e quem vencer nesse cascalho saiba que ofendeu muita gente. Na política, eleve isso ao cubo.
Dona Lúcia Braga foi uma primeira dama atuante e se hoje não temos favelas de pau a pique é porque da luta dela a Funsat amparou os carentes e o João de Barro fez de taipa casas de alvenaria, do chão batido calçamento e áreas de invasão foram urbanizadas com água encanada e energia elétrica.
Lauremília Lucena, esposa de Cícero, primeira-dama da capital e ex-vice-governadora, tem esse coração quebrantado que Dona Lúcia tinha.
Elas sempre estiveram mais presentes entre os desvalidos do que entre as socialites nos chás beneficentes. Grampear Lúcia Braga ou Lauremília é pedir pra ouvir todo tipo de lamúria, pois os carentes carecem de tudo. E essa gente se identificava com Dona Lúcia e são loucos por Dona Lauremília.
Gerar essa empatia, ter um coração gigante e se realizar fazendo o bem sem olhar a quem, mais do que política pra cabalar votos, é um dom divino. Missão para poucas.
Quando aquela juíza decretou a prisão de Lauremília Lucena, definiu, sem querer, o resultado da eleição. Prender a “mãe dos pobres” gerou uma catarse e que não votava, aí é que decidiu mesmo votar em Cícero.
Como marqueteiro, fico lambendo uma rapadura para que um juiz ou juíza eleitoral mande prender a esposa dos meus clientes, principalmente na reta final de uma campanha.
Agora, aqueles que sabem que não vencem Cícero no voto querem de novo prender Lauremília, incriminar Cícero, fraturar a verdade. E, para isso, contam com setores venais da mídia.
Anotem: vão acabar ajudando na eleição de Cícero para governador. O que está para acontecer tem muita força.
Dércio Alcântara



