Porque será que aqui na Paraíba os conselheiros do TCE que tem rabo preso com o poder Executivo não renunciam ao mandato vitalício por impedimento ético?
Ontem, o presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), Benjamin Zymler, disse aos ministros daquele tribunal, durante reunião fechada em seu gabinete, que cogitava deixar a presidência após a descoberta e que recebia uns por fora de quem devia fiscalizar rigorosamente, mas foi demovido da ideia.
Ele foi denunciado pela Folha de São Paulo, que afirma que o ministro recebia até R$ 228 mil por palestras e cursos ministrados em órgãos públicos fiscalizados pelo TCU.
Após os pagamentos, Zymler continuou atuando em processos de interesse dos contratantes.
O presidente da OAB, Ophir Cavalcante, considerou a atividade de Zymler “incompatível” com seu cargo e vedada por lei. Para ele, Zymler “precisa se decidir”.
“O ministro ou se mantém no TCU ou abre mão disso e vai para a iniciativa privada”, disse Cavalcante.
Pela manhã, Zymler convocou reunião com os ministros do tribunal. Ele teria dito que não valia a pena ficar na presidência para ter “a sua reputação abalada”.
Os ministros o acalmaram e o convenceram a ficar.
À tarde, durante sessão, o ex-presidente Ubiratan Aguiar leu nota de apoio a Zymler, assinada por quatro entidades ligadas a conselheiros de tribunais de contas estaduais e municipais.
O procurador-geral do Ministério Público junto ao TCU, Lucas Furtado, discursou em apoio a Zymler.
O presidente do TCU voltou a dizer que considera legal a sua contratação para palestras e que seus votos são isentos. “Não tenho dúvida sobre a atividade que exerci. Tenho certeza que jamais foi exercida fortuitamente ou de forma conflitante com qualquer plano em relação ao meu cargo.”
E aqui na Paraíba o que a OAB diz sobre os interesses conflituosos entre conselheiros do TCE e a gestão Ricardo Coutinho? Fábio Nogueira(foto), por exemplo, que é irmão do secretário de Planejamento de RC, Gustavo Nogueira, vai renunciar ou o irmão renuncia?