A vereadora Raíssa Lacerda (PSB), presa nesta quinta-feira (19) durante a segunda fase da Operação Território Livre, estava sob investigação da Polícia Federal desde 2022, quando seu nome surgiu na Operação Bayerische, que apura o tráfico interestadual de drogas e lavagem de dinheiro.
As investigações apontaram uma relação entre traficantes e pessoas com cargos ou aspirações políticas, frisando a conexão de Raíssa com o crime organizado. Em um dos desdobramentos, foi identificada uma conversa entre a vereadora e o traficante Leonardo Santos de Souza, conhecido como “Léo”.
A Polícia Federal revelou que, no diálogo, o traficante cobra uma dívida da parlamentar, supostamente relacionada ao apoio que ele prestou durante sua campanha eleitoral, que incluía o uso do seu veículo de forma ostensiva como propaganda.
A PF evidenciou a “promiscuidade” na relação entre a vereadora e o crime organizado, um assunto que, segundo a investigação, já foi discutido na mídia local. De acordo com os investigadores, a ligação de Raíssa com o crime tem como objetivo principal o controle de votos no bairro São José, configurando o que é conhecido como “voto de cabresto”. Em troca, a vereadora oferece favores aos criminosos durante seu mandato.
“Nesse cotejo, os elementos e convicção quanto à ligação entre a nacional descrita e o crime organizado são vastos. Não se pode obstar que essa relação tem como fito o controle do voto das pessoas daquela comunidade, configurando o novo voto de cabresto. Em contrapartida, são outorgados favores aos criminosos durante o mandato eletivo. A nacional é candidata à reeleição para o cargo do Legislativo Municipal”, destacou a PF.
Veja algumas conversas: