O programa 360 graus recebeu, nesta sexta-feira (14), a médica pediatra e Presidente da Sociedade de Pediatria da Paraíba, Socorro Martins. Na entrevista, ela garantiu a segurança da vacinação infantil contra a Covid-19, que será iniciada no Estado neste fim de semana, esclarecendo ainda que é normal a existência de reações adversas após a aplicação do imunizante na faixa etária entre 5 e 11 anos, público alvo dessa etapa da campanha vacinal.
“Os estudos que licenciaram essa vacina na versão pediátrica, para esse grupo de 5 a 11 anos, tiveram um perfil de segurança muito bom, inclusive, superior as outras faixas etárias da população e também com relação a resposta imunológica dessas crianças. Está sendo utilizada nessa versão pediátrica 1/3 da quantidade de antígeno vacinal que se utiliza na de adulto”, explicou a profissional.
A Dra. Socorro destacou que a imunização será em duas doses, assim como para os adultos, com intervalo de oito semanas entre a aplicação, o que, segundo ela, contribui com a diminuição dos eventos adversos da vacina. A médica frisa que a vacinação não seria recomendada pelas sociedades científicas se não houvesse dados, embasamentos e estudos epidemiológicos que comprovassem a sua segurança e eficácia nos pequenos cidadãos.
“Quero tranquilizar a população paraibana nesse momento, que se sente tão insegura, até porque, por conta desses compartilhamentos de fake news, é que no mundo real nós já temos os estudos dos Estados Unidos, com 8.700.000 crianças, e 98% dessas crianças apresentaram apenas eventos adversos leves, o que é esperado mesmo das vacinas que são utilizadas de rotina. Então, isso dá uma robustez as sociedades científicas que estão recomendando, apoiando e incentivando a vacinação dessas crianças”, salientou.
Dentre as reações adversas normais que uma criança pode apresentar após o recebimento da vacina está a febre, dor no corpo, dor de cabeça, dor no braço e vômito, a depender de cada organismo infantil. Os sintomas se manifestam em maior proporção naquelas que são alérgicas ou que tem doenças autoimunes, por exemplo.
“A criança tem uma imaturidade imunológica mas ao mesmo tempo tem uma resposta imediata muito robusta. Por isso que quando tomam a vacina tal tem uma febre. Eu sempre digo que febre de vacina, acho até uma coisa boa, significa que o sistema imunológico foi cutucado, provocado, está reagindo”, afirmou.
Por fim, a pediatra agradece o trabalho realizado pela imprensa em tempos de pandemia da Covid-19, que se empenha diariamente em levar até a população informações verídicas, com respaldo científico, sobre tratamento e as vacinas contra a doença.
“Os veículos de comunicação, neste momento, estão sendo de uma importância que nunca imaginaram ter. Porque as redes sociais estão disseminadas de fake news, mas os veículos de comunicação estão trazendo informações com embasamento científico e com credibilidade”, agradeceu.
Devido à quantidade limitada de imunizantes, a vacinação será feita de forma escalonada, assim como aconteceu com o público adulto. Primeiramente, receberão as doses as crianças portadoras de comorbidades, com deficiência permanente e indígenas. Depois, será iniciado o processo por faixa etária, em ordem decrescente.
Assista à entrevista completa com a médica Socorro Martins: