Na manhã desta quarta-feira (1º), o pastor Péricles Cardoso de Melo, suspeito de aplicar golpe em fiéis, com prejuízo avaliado em mais de R$ 2 milhões, se entregou à Justiça, em João Pessoa. Ele teve a prisão preventiva decretada no final de setembro, mas não foi encontrado pelas Forças de Segurança.
Segundo apurado, a estratégia da defesa é fazer com que Péricles se apresente diante do juiz que decretou a prisão preventiva, Isaac Torres Trigueiro de Brito, para que no momento do cumprimento do mandado de prisão, seja revogada a preventiva.
No início do mês de outubro, Péricles gravou um vídeo no qual nega as acusações. No entanto, na gravação, ele disse que não conseguiu pagar as dívidas feitas para as “obras da igreja” usando os cartões dos fiéis que frequentavam a Assembleia de Deus.
“Eu não fugi e não sou ladrão. Estou bem perto. Eu vou chegar, está tudo com meu advogado. Ele vai abrir uma ação contra você que deu entrada na delegacia contra mim e minha esposa”, declarou no vídeo.
O Ministério Público da Paraíba (MPPB), por meio de parecer encaminhado à justiça, a promotora Gláucia Maria de Carvalho Xavier pediu a prisão preventiva do pastor.
Conforme a promotora, há sinais, em investigação realizada pela Polícia Civil “que Péricles Cardoso de Melo, que era pastor da Igreja Assembleia de Deus em Mangabeira I desde o ano de 2018, utilizando-se de seu poder de convencimento, da fé religiosa e respeito que os fiéis que congregavam na Assembleia de Deus tinha por sua pessoa, começou a solicitar ajuda financeira dos fiéis para a compra e reforma de uma casa para a Igreja”.
“Essa prática já vinha ocorrendo pelo menos dois anos, mas ele pedia dinheiro emprestado, utilizava-se dos cartões de crédito dos fiéis, mas vinha fazendo os pagamentos de suas dívidas e assim foi adquirindo a confiança entre os fieis. Saliente-se que os “irmãos” da igreja não sabiam entre si desses pedidos de ajuda, pois tudo era feito em sigilo; Que o Pastor também se passava por um homem “muito bondoso”, ajudando financeiramente os fiéis da igreja, pagando contas deles com o seu dinheiro particular, mas, no entanto, ele utilizava o dinheiro que havia recebido dos congregados para fazer a “Obra” na Igreja”, destaca o inquérito.
A promotora ainda ressalta, baseada no entendimento da Polícia Civil, a necessidade da decretação da prisão preventiva do pastor “a fim de garantir a ordem pública, garantia de aplicação da lei penal e busca de novas provas para embasar as investigações necessárias”.
“Caso não seja decretada a prisão dos investigados, certamente não aguardarão, passivamente, uma futura condenação criminal, tendo, pois, motivos sobrados para empreender fuga e frustrar até mesmo seu futuro julgamento perante o Poder Judiciário”, escreveu Gláucia Maria de Carvalho Xavier.