No dia posterior ao Brasil registrar número recorde de mortos na pandemia, com 1726 vítimas fatais da Covid-19, o presidente da república, Jair Bolsonaro, diz que “criaram pânico”. Em conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, em Brasília, ele voltou a criticar as medidas restritivas de isolamento social adotadas por governadores para conter a disseminação do vírus.
“Criaram pânico, né? O problema está aí, lamentamos. Mas você não pode entrar em pânico. Que nem a política, de novo, do fique em casa. O pessoal vai morrer de fome, de depressão?”, disse, aproveitando para alfinetar a imprensa novamente. “Para a mídia, o vírus sou eu”, completou.
De acordo com levantamento do consórcio de veículos de imprensa, o Brasil registrou 1.726 mortes pela Covid-19 na terça-feira (02), recorde desde o início da pandemia, totalizando 257.562 óbitos.
A média móvel de mortes no Brasil nos últimos sete dias até terça chegou a 1.274, aumento de 23% em comparação à média de 14 dias atrás, indicando tendência de alta nos óbitos pela doença.
Nos últimos dias, estados anunciaram novas medidas de restrição para tentar conter o avanço da doença e o risco de colapso no sistema de saúde. Em boa parte deles, a ocupação de leitos de UTI por pacientes graves de Covid-19 está próxima de 100%.
Mesmo assim, os número parecem insuficientes para Bolsonaro, que insiste em atacar a imprensa, afirmando que ignorá-la é a “maneira” de “pensar em coisas sérias”.
“Se você ler a imprensa, você não consegue viver. Então, faz o que eu faço: cancelei desde o ano passado todas as assinaturas de jornais e revistas”, declarou.