Tem circulado com insistência nos e-mails de jornalistas não aliados ao esquema do “cala a bouca menino” do Governo, informações de que os funcionários da FAC diretamente ligados ao esquema de entrega do leite estão sem receber desde que Ricardo assumiu o governo.
Abaixo, publico uma dessas denúncias que me foram enviadas por pessoas desesperadas e que não tem mais a quem recorrer:
Morador do Gervásio Maia, no bairro de Gramame, em João Pessoa, conjunto habitacional modelo, inaugurado durante a gestão do atual governador do estado, Ricardo Coutinho, na época prefeito da capital, o prestador de serviços Alexandre Gonçalves, que desde o último mês de janeiro responde pelo posto de entrega do Programa Pão e Leite da localidade onde mora, ainda não recebeu nenhum dos meses trabalhados e passa por dificuldades para sustentar a família, com três crianças: um menino com seis anos e duas meninas, uma de cinco anos e a caçula, com menos de seis meses de vida.
A situação é mesma dos demais prestadores de serviço de seu posto (chamados de agentes sociais), daqueles que atuam no conjunto Colinas do Sul e, segundo informações que recebeu, até mesmo os funcionários que realizam serviços internos na FAC – Fundação de Ação Comunitária -, estão sem receber em dia.
Embora possua um vínculo precário com a administração estadual (seus documentos já foram entregues há meses, quando solicitados, a um funcionário da FAC), e dos meses sem pagamento, o agente social continua desempenhando a função. Mesmo sem haver livro de ponto, garante que pode comprovar sua frequência facilmente através dos relatórios que precisa elaborar e da assinatura diária do recebimento e entrega do pão e leite distribuídos à comunidade.
Alexandre Gonçalves já procurou a FAC várias vezes. Sua matrícula, e de outros agentes sociais na mesma situação, já foi gerada e cancelada. “Teve uma colega que ainda conseguiu gerar um holerite, que saiu totalmente zerado. Outros já receberam os três primeiros meses. Já dei entrada em processo interno na FAC, que correu lá dentro administrativamente e seguiu para o financeiro. A última informação que temos, passada pela advogada da FAC, é que o governador mandou pagar os meses de janeiro, fevereiro e março, mas apenas 150 reais por mês, diferente dos 650 reais mensais para cada responsável por posto de entrega ou mesmo do salário mínimo para cada agente social que possui outras funções no posto”, relata o prestador de serviços.
Apesar da promessa de pagamento de 450 reais pelos primeiros três meses de trabalho, até o momento nem mesmo este valor foi liberado. Alexandre Gonçalves procurou recentemente assessoria jurídica para solucionar o caso, mas ainda tem esperança que o problema seja resolvido através da boa vontade política: “pode ser que o governador nem saiba direito o que está acontecendo e tenho certeza que uma palavra dele por nós resolve toda esta situação. Temos contas a pagar, família para sustentar. Não dá para ficar desse jeito”.