O juiz Eslu Eloy Filho, da 7ª Vara Criminal de João Pessoa, aceitou no início da tarde desta segunda-feira (25) denúncia contra o ex-governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PT), e outras 12 pessoas, que se tornaram réus em ação originária da Operação Calvário, instaurada pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB). O grupo de suspeitos, que conta com agentes públicos e empresários, foram denunciados em 2021 pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), acusados de suposto desvio de R$ 50 milhões através do contrato firmado entre a Cruz Vermelha Brasileira filial Rio Grande do Sul e o Hospital de Emergência e Trauma, entre 2011 e 2018.
Ao lado de Coutinho, também são réus na ação os ex-secretários estaduais Livânia Farias (Administração), Waldson de Sousa (Saúde e depois Planejamento) e Cláudia Veras (Saúde), o empresário Daniel Gomes (ex-diretor da Cruz Vermelha), os servidores públicos Karla Michele Vitorino Maia, Leandro Azevedo e Saulo de Avelar Esteves, além de Ricardo Elias Restum Antonio, Milton Pacífico José de Araújo, Saulo Pereira Fernandes, Keydison Samuel de Sousa Santiago e Michelle Louzada Cardoso. A decisão do magistrado ainda arquivou a denúncia contra a servidora Roberta Abath por falta de provas.
Conforme denúncia do MPPB, a continuidade da terceirização dos serviços no Hospital de Trauma proporcionou o aperfeiçoamento do modelo de governança considerado corrupto pelo Gaeco. O esquema, de acordo com a denúncia, teria sido orquestrado principalmente por Ricardo Coutinho e Daniel Gomes, que foi o delator do esquema. Ainda foi apontado que os prováveis desvios teriam propiciado a a estabilização financeira e a longa permanência dos integrantes do grupo na administração pública da Paraíba, além do enriquecimento ilícito dos integrantes, tanto do núcleo político quanto familiar.
Deflagrada pelo Gaeco, a Operação Calvário, investiga uma suposta organização criminosa que operava na gestão de Ricardo Coutinho, que tinha como propósito desviar recursos públicos das secretarias de Saúde e Educação. Desde o início dos trabalhos investigativos já foram apresentadas várias denúncias à Justiça no sentido de esmiuçar o esquema criminoso e detalhar todas as suas ações.
De Suetoni Souto Maior