O ex-jogador do Flamengo, atualmente empresário, Leonardo da Silva Moura, mais conhecido como Léo Moura, recebeu, por meio de sua ONG, da Secretaria Especial do Esporte do governo federal R$ 41,6 milhões.
De acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo, mais de um terço (36,5%) do valor foi enviado via orçamento secreto por indicação de aliados do Palácio do Planalto.
Os padrinhos da verba recebida pela ONG de Léo Moura são, principalmente, o deputado bolsonarista Luiz Lima (PSL-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP), ex-presidente do Senado.
O dinheiro destinado ao Instituto Léo Moura entre 2020 e 2021 é quase o dobro do que a Confederação Brasileira do Desporto Escolar (CBD) recebeu: R$ 27,5 milhões.
Além disso, o valor da ONG de Léo Moura a verba destinada às confederações de esportes olímpicos, como a Confederação de Desportos Aquáticos, que recebeu R$ 9,1 milhões, Ginástica (R$ 8,4 milhões), Vôlei (R$ 8,4 milhões) e Boxe (R$ 7,1 milhões).
Em sua defesa, o Ministério da Cidadania, ao qual a Secretaria Especial do Esporte está vinculada, afirma que os recursos fora indicações de parlamentares, com execução obrigatória.
O senador Alcolumbre e o deputado Luiz Lima se defendem e afirmam que o projeto de Léo Moura possui a sua “importância” e nega irregularidades. Porém, ambos os parlamentares tem explorado o repasse da ONG eleitoralmente ao vinculares suas respectivas imagens ao projeto em imagens e banners.
A Organização Não Governamental: O principal projeto da ONG de Léo Moura é focado em escolinhas de futebol que se chama Passaporte para Vitória que, de acordo com dados da instituição, atende 6,6 mil jovens entre 5 e 15 anos no Rio de Janeiro.
De acordo com a ONG, o dinheiro recebido é utilizado para manutenção do espaço, pagamento de funcionários, compra de chuteiras, caneleiras, uniformes e até mesmo um tipo de paraquedas especial que é usado em treinamentos para resistência aos atletas.
Todavia, em duas das unidades da ONG visitadas, há irregularidades. Na unidade de Teresópolis (RJ), as atividades estão suspensas desde novembro e, de acordo com os responsáveis, serão retomadas quando a verba for liberada. No local há apenas um campinho de futebol com menos da metade das dimensões divulgadas, sem marcações e grama só nas laterais.