Lutei contra a ditadura e não gostaria que as minhas duas filhas e o meu filho passassem pelas mesmas privações de liberdade e sensação de que não somos os donos do nosso destino, como eu passei.
Essa contribuição à história a geração que nasceu sob o golpe militar e viu os militares voltarem à caserna deu, quando engrossamos o coro pela anistia e abertura política.
Nunca achei que um dia esse ciclo voltaria a bater em nossas portas, mas agora estou convicto que 2018 é um portal do tempo para 1968 e, se Bolsonaro vencer, retrocederemos e viveremos tudo de ruim outra vez.
Percebo nas entrelinhas da retórica do discurso de Bolsonaro todo o ranço de quem quer um revival de confronto entre o poder civil e o pode militar.
Os anos de chumbo findaram na véspera do dia da abertura política, mas foi varrido para debaixo do tapete e o dia pode mais uma vez mergulhar numa longa noite escura.
Respeito quem tem ódio do PT e não votará em Haddad por causa dos escândalos e da corrupção que a esquerda se meteu. Mas, não podemos deuxar de reconhecer o que fez de bom pelo povo pobre.
Façamos uma reflexão: nada é pior do que o comprometimento do Estado de Direito, perca da liberdade de expressão e imprensa.
Impedir a volta de uma ditadura merece um pragmatismo e votar em Haddad é a convergência de esforços dos democratas para impedir o avanço da onda que defende a volta do regime de exceção.
Os fascistas não passarão! Todos pela democracia!
Dércio Alcântara