A implementação de uma nova norma pela Receita Federal, que tinha como objetivo ampliar o monitoramento de grandes transações financeiras, foi rapidamente distorcida por uma série de fake news nas redes sociais, criando um clima de desconfiança em relação ao Pix.
Entre os boatos mais espalhados estavam as alegações de que a medida resultaria em tributação sobre as transferências feitas pelo sistema de pagamentos do Banco Central ou que comprometia o sigilo bancário, afetando especialmente pessoas de baixa renda e trabalhadores informais. Essas informações falsas geraram confusão e alimentaram receios sobre o uso do Pix, um dos métodos de pagamento mais populares no país.
A desinformação em torno da nova norma resultou em uma queda no uso do Pix, que vinha apresentando registrando crescimento constante. Para lidar com a repercussão negativa, o governo federal decidiu, na tarde de quarta-feira (15), suspender a medida, com a intenção de esclarecer a população e conter os impactos causados pela circulação de boatos.
Além da disseminação das fake news, golpistas utilizaram a confusão gerada pela situação para tentar tirar dinheiro dos usuários do Pix. O governo federal informou que tomará providências legais e buscará acionar a Justiça contra os envolvidos em práticas criminosas.
De acordo com levantamento do GLOBO, o número de transações realizadas pelo Pix nos primeiros dias de janeiro registrou a maior queda desde o lançamento do sistema, em novembro de 2020. Dados do Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI) do Banco Central indicam que, entre 4 e 10 de janeiro, foram realizadas 1,25 bilhão de operações, um volume 10,9% inferior ao registrado no mesmo período de dezembro, que concentra o maior número de transações devido ao pagamento de salários.