Lena Guimarães me liga convidando para ir ao Rio de Janeiro acompanhar o governador José Maranhão numa visita na sede da CBF. Sou blogueiro político, mas de pronto aceitei a sempre aprazível chance de voltar a Cidade Maravilhosa.
Estávamos em 2010 e a ideia era oficializar João Pessoa e Campina como sub-sedes oficiais da Copa de 2014.
Conosco embarcaram Marcelo Weick e Cristiano Zenaide, secretários da Casa Civil e de Esportes, respectivamente, mas que hoje estão do lado que lutaram contra porque a vida é dinâmica e coisa e tal.
Chegamos ao Rio e fomos direto à sede da CBF para uma audiência com o presunçoso Ricardo Teixeira.
Nós que cobrimos a área política ficamos sem perguntas para ele, a não ser: João Pessoa vai ser sub-sede da Copa? E ele de bate e pronto disse que não. Maranhão ofereceu estrutura, investimentos e o genro de João Havelange nada. Hoje eu sei que ele queria outra coisa.
Saímos da CBF, em Jacarepaguá, vizinho ao antigo estúdio de Renato Aragão, e fomos para o Hilton, um hotel espetacular em Copacabana, cujo restaurante fica numa cobertura com teto solar.
Chegou a noite e ficamos batendo bola com Maranhão sobre amenidades e coisas que só na Paraíba acontece.
Já íamos à terceira garrafa de vinho quando Maranhão quis saber por onde andava Nonato Guedes.
Lena não sabia, Walter Santos e o Professor União ídem, mas eu e Linaldo sabíamos o motivo do sumiço de Nonato.
Ainda no happy hour, eu, Nonato e Linaldo ficamos tomando chopp num daqueles bares de Copa e na décima rodada Nonato nos confidenciou que era amigo de Fátima Bernardes e William Boner e que havia ligado para o casal e marcado um encontro a noitinha, depois do jornal, ali mesmo naquele boteco do ladinho do cinco estrelas.
Não sou de duvidar de amigo, principalmente quando o cara tem a credibilidade de um Nonato Guedes. Linaldo, que é irmão, não desmentiu e eu não me atreveria a perguntar a um dos dois se aquilo era brincadeira ou verdade.
Subi para descansar e do quarto só sai para jantar lá pelas 22 horas e me deparei com Maranhão, Idácio e Lena na primeira garrafa de vinho.
Desisti da janta e enchi a primeira taça de um chileno tinto seco. Em seguida aparece Walter Santos, que estava lá embaixo no bar do hall de entrada com Marcelo Weick.
Conversa vai, conversa vem e aparece Linaldo e me pede para que eu vá com ele convencer Nonato a subir.
Chegamos no bar e ele estava sozinho na mesma mesa onde bebemos a tarde e ainda à espera de Fátima Bernardes, porque Boner tinha ido a outro compromisso urgente após o Jornal Nacional, de onde ela também estaria saindo, lá do Jardim Botânico, para encontrá-lo.
Eu sei que Nonato conhece muita gente, mas sinceramente desde o início duvidei que estivesse falando sério sobre o tal encontro com o casal que apresentava o principal jornal televisivo do país.
Não adiantava insistir, Nonato estava as quedas curvado sobre sua coluna na cadeira do bar, mas dali não arredava o pé enquanto não tivesse a tal conversar com a amiga Fátima Bernardes.
Desistimos e subimos de volta ao terraço panorâmico, onde a conversa corria solta.
Logo que chegamos à mesa, Maranhão perguntou por Nonato e lhe respondi na bucha: está à espera de companhia mais importante do que a nossa no boteco da esquina.
– Deve ser alguém realmente muito importante mesmo para ele dispensar a companhia de vocês jornalistas e até abrir mão desse bom vinho – disse Maranhão, curioso.
Não me contive e em uníssono com Linado chutei o pau da barraca:
– Ele está esperando Fátima Bernardes.
Maranhão quase se engasgou com o vinho, olhou para Lena e perguntou:
– E desde quando Nonato tem essa intimidade toda com Fátima Bernardes, Lena?
Sem saber o que dizer Lena, saiu-se com essa:
– Só não foi do tempo que era casado comigo, governador, e se foi, fiquei sabendo agora junto com o senhor.
Todos caíram na gargalhada e quando o dia amanheceu eu soube, dentro de uma van já a caminho do aeroporto Tom Jobim, da boca do próprio Nonato, que Fátima deu-lhe um bolo, mas Patrícia Poeta, não.
Mas isso já é assunto para outro artigo e só publico se Nonato Guedes autorizar.