O padre George Batista, novo diretor do Hospital Padre Zé, revelou em entrevista à imprensa paraibana que tem como missão resgatar a dignidade da unidade hospitalar e respeitar os princípios fundamentais do pároco que deu nome à instituição. Contudo, primeiramente, é preciso ter a consciência do que realmente aconteceu nas finanças da entidade.
A nova direção confirmou, em nota oficial divulgada na terça-feira (03), a existência de uma grande quantidade de dívidas que podem impedir o funcionamento do hospital.
“A situação financeira do hospital é delicada. Não adianta esconder. Nós estamos ainda fazendo um levantamento mais apurado. Tivemos acesso às contas sexta-feira, da semana passada, e ontem, porque existe um prazo para contabilizar tudo, de quatro a cinco dias. Eu creio que nos próximos dias, nós vamos reunir mais informações para ter mais propriedade para poder dizer: ‘a situação é essa’”, expôs.
A investigação da força-tarefa do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), Polícia Civil, Secretaria de Estado da Fazenda e Controladoria-Geral do Estado da Paraíba pode ajudar a nova direção do Padre Zé a ter uma noção maior do que ocorreu com as finanças. Segundo o padre George Batista, a auditoria pode revelar novos fatos.
“Há um espírito de boa vontade. Um desejo coletivo de descobrir a dimensão, a profundidade, a natureza e a extensão de toda essa crise. Eu creio que essas pessoas, que são competentes na área de auditoria, no momento certo, vão poder se pronunciar. Quanto ao passado, o que aconteceu… Eu me sinto profundamente limitado”, relatou ao Programa Hora H.
Manter serviços, pagamentos e princípios
Uma instituição filantrópica tem por objetivo inerente a boa ação e o compromisso com a população. O Hospital Padre Zé não é diferente. A meta é, mesmo com a crise, manter ativos todos os serviços que são ofertados, normalmente. Padre George Batista apostas as fichas em sua equipe no hospital e o conjunto de ações coordenadas.
“Tem tanta gente boa ajudando. Pessoas com capacidade, honestas, que eu não tenho a menor dúvida que o hospital vai continuar servindo, de uma forma honrada, os mais pobres. Eu peço a todos esse crédito de confiança”, apelou. “Tem gente naquele hospital que chega 6h30 da manhã e sai 21h da noite. Tem um trabalho cansativo, exaustivo, mas estamos com brilho no olhar”, exclamou.
Para que esse brilho siga no olhar de cada um dos integrantes do Hospital, a questão financeira precisará ser sanada, para que nenhum profissional e pacientes sofram com a crise. O pároco informou que, até o momento, “não existe salários atrasados”. Reuniões com médicos e outros funcionários serão realizadas para tranquilizar toda a equipe.
“É uma questão de honra. Nós vamos resgatar a dignidade desse hospital, respeitando os princípios fundamentais que Padre Zé conservou no seu coração”, enfatizou, durante entrevista aos jornalistas Heron Cid e Wallison Bezerra, Programa Hora H, da Rede Mais Rádio.
Redação com MaisPB