O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) invadiu na manhã desta segunda-feira o tríplex do Guarujá, no litoral paulista, que levou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à prisão. O petista é acusado de ter recebido o imóvel da OAS como contrapartida por contratos com a Petrobras. Ele nega as acusações.
CRONOLOGIA: Entenda o caso do tríplex
Além do MTST, outros grupos ligados à Frente Povo Sem Medo participam da ocupação. Após subir entrar no prédio e subir até a cobertura do Edifício Solaris, o grupo estendeu, nas janelas, bandeiras do movimento e faixas com os dizeres “Povo Sem Medo”, “Se é do Lula, é nosso” e “Se não é, por que prendeu?”.
A ocupação foi anunciada no Twitter por Guilherme Boulos, líder do MTST e pré-candidato pelo PSOL. Ao GLOBO, Boulos afirmou que, a princípio, a ocupação deve continuar por tempo indeterminado.
“MTST e a Povo Sem Medo acabam de ocupar o triplex do Guarujá, atribuído a Lula por Moro. Se é do Lula, o povo poderá ficar. Se não é, por que então ele está preso?”, escreveu o presidenciável em sua rede social.
Lula foi preso no último dia 7, dois dias após mandado de prisão expedido pelo juiz Sergio Moro. O ex-presidente foi condenado a 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Nesta quarta-feira, Lula terá seu último recurso julgado na segunda instância, antes que seu processo seja encaminhado para o Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O TRF-4 já afirmou que não costuma conceder esse recurso, o embargo do embargo de declaração. Terminadas as chances de medidas judiciais na segunda instância, Lula pode ser considerado ficha suja pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ser impedido de concorrer às eleições.
Enquanto Lula negociava como iria se entregar à Polícia Federal, Boulos foi presença constante no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo.
O pré-candidato do PSOL mobilizou cerca de 2 mil militantes do MTST da ocupação Povo Sem Medo, em São Bernardo do Campo, considerada a maior do país, para fazer vigília no sindicato.
Durante a missa em homenagem à ex-primeira-dama Marisa Letícia, que antecedeu sua prisão, Lula elogiou o líder sem-teto no palanque. O ex-presidente lembrou que tinha aproximadamente a mesma idade que o pré-candidato do PSOL quando liderou as greves dos metalúrgicos no ABC.
O Globo