Jabuti não sobe em árvore e, quando é encontrado em um galho, alguém botou ele lá. O Ministério Público Federal (MPF) pediu a condenação de quatro ex-secretários de Romero Rodrigues, investigados dentro da Operação Famintos, mas esqueceu de dizer quem é o chefe da organização criminosa que fraudava recursos destinados para a merenda escolar, na gestão anterior de Campina Grande.
Nas alegações finais divulgadas nessa terça-feira (10), o MPF solicitou que fossem condenados o ex-secretário de Administração da prefeitura de Campina Grande, Paulo Roberto Diniz, e dos ex-secretários de Educação Rodolfo Gaudêncio, Iolanda Barbosa (Educação) e Verônica Bezerra (Educação); além de mais 17 investigados.
Segundo as investigações, foram desviados um montante superior a R$ 11 milhões. O MPF atribui ao ex-secretário Paulo Roberto Diniz o cargo de “líder” do suposto grupo.
“O denunciado Paulo Roberto Diniz de Oliveira, consciente e voluntariamente, exerceu a liderança do núcleo político da organização criminosa, desde 2013, atuando diretamente nos contatos com o líder do núcleo empresarial, Frederico de Brito Lira, em ação coordenada para dispensar indevidamente as licitações, frustrar-lhes o caráter competitivo e viabilizar o desvio dos recursos públicos em benefício das empresas da ORCRIM”, relata a procuradora da República Acácia Suassuna.
Os acusados negaram envolvimento com no esquema de desvio da merenda escolar, investigado pela Famintos, durante as audiências de instrução, na 4ª Vara da Justiça Federal. Não há previsão de quando o processo será julgado.