Alastra-se como rastrilho de pólvora o que começou em São Paulo como ação de um grupo de jovens conhecido como Passe Livre. De protesto tímido e condenado pela mídia passou a uma gigantesca onda de protestos por todo o País.
Sabe aquela coisa de riscar um fósforo num paiol sem saber que ali tinha tanta pólvora?
Parecia boboca tanta zoada pela redução de 20 centavos na tarifa de ônibus, o prefeito de São Paulo e o governador subestimaram e por suas atitudes ou falta delas deram ao movimento uma conotação que não tinha e aí ao assistir pela tv as ordens de Alckmin mandando a PM reprimir e a Polícia batendo até em jornalista o Brasil pegou fogo.
Há um componente de revolta represado, uma sensação de que a classe política abusou da boa vontade popular e que o dinheiro público que deveria está sendo aplicado em saúde, educação e segurança, foi para a construção dos estádios de futebol e reforma de aeroportos. outra preocupação é a volta inflação.
Aquela multidão sobre o Congresso foi emblemática, a passeata dos 100 mil no Rio com fogo jogado na Assembleia também. Em São Paulo o governo do PSDB foi cercado ontem com a passeata gigante sendo encerrada no Palácio Bandeirantes.
Notem que o movimento não é contra Dilma, mas contra a classe política e suas desatencões. Aqui na Paraíba o povo terá sua oportunidade de desabafar nesta quinta e o alvo será mais uma vez a classe política, com certa enfase para o governador Ricardo Coutinho, protagonista dos mais variados escândalos e péssimo exemplo de modelo de gestão.
Escaldado pelo que assistiu pela tv, logo RC convocou o comandante da PM para recomendar cautela e o blog de um porta voz seu se apressou em anunciar que o percurso da marcha contra corrupção não inclui um final na Praça dos Três Poderes, mas seria a primeira vez que uma passeata começaria em frente ao Liceu, daria uma voltinha na Lagoa e voltaria ao Liceu.
Deixem o povo curtir sua cartase, dialoguem, escutem as vozes roucas das ruas, pois é um recado para que a classe política mude seus modus operandi e se recicle.
No que se refere ao vandalismo, são atos isolados. O movimento contra corrupção é legítimo.