O Laboratório Nacional de Computação Científica e o Instituto do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) localizado em Petrópolis, no Rio de Janeiro, informaram a descoberta de novas sequências que indicam uma possível nova linhagem do novo coronavírus (SARS-CoV-2) em circulação no país. Além da linhagem identificada no Reino Unido, o Brasil já tem casos confirmados de duas variantes (P.1 e P.2), que surgiram a partir de cepas que circulavam no país. O trabalho foi organizado pelo Laboratório de Bioinformática (Labinfo) do LNCC, com a participação de quatro universidade públicas: Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) e Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
Os pesquisadores encontraram a possível nova linhagem no sequenciamento de três amostras, em um universo de 195 que foram analisadas por pesquisadores do Amazonas, Rio Grande do Norte, Paraíba, Bahia e Rio de Janeiro. Essa identificação, entretanto, permitiu descobrir que já havia outras amostras com as mesmas características sequenciadas. A nova linhagem teria se originado da linhagem B.1.1.33, já presente no Brasil desde o início de 2020.
Ana Tereza Vasconcelos, coordenadora do Labinfo, explica que os dados serão analisados por outros pesquisadores ao redor do mundo para que a identificação da nova linhagem seja confirmada pela comunidade científica. Segundo ela, as novas mutações são de Natal (Rio Grande do Norte) e do interior da Bahia. “Essas mutações não interferem na vacina, mas demonstram que o vírus está mudando o tempo inteiro, e quanto mais as pessoas estiverem na rua sem máscara e sem medidas de proteção individual, mais o vírus vai mudar e mais variantes vão surgir. É mais uma demonstração de que o vírus está circulando livremente”, diz Ana Tereza Vasconcelos, que reforça o pedido pelo respeito às medidas de prevenção, como evitar aglomerações, usar máscaras e higienizar as mãos.