O presidente Lula (PT) desconfia que o plano para atacar Sergio Moro (Uniao-PR) é uma “armação” do senador. A declaração foi dada nesta quinta-feira (23), durante visita do petista ao Complexo Naval de Itaguaí, na região metropolitana do Rio. No local, está a linha de produção do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) da Marinha do Brasil.
“Eu não vou falar, porque acho que é mais uma armação do Moro, mas eu quero ser cauteloso. Eu vou descobrir o que aconteceu. É visível que é uma armação do Moro, mas eu vou pesquisar”, disse Lula após ser indagado sobre o plano criminoso revelado pela Polícia Federal de atacar Moro e outras autoridades.
O presidente prosseguiu: “Até fiquei sabendo que a juíza não estava nem em atividade quando deu o parecer para ele, mas isso a gente vai esperar. Eu não vou ficar atacando ninguém sem ter provas. Eu acho que é mais uma armação e, se for mais uma armação, ele vai ficar mais desmascarado ainda. Eu não sei o que ele vai fazer da vida, se ele continuar mentindo do jeito que está mentindo”.
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“Acho que é mais uma armação do Moro”, diz @LulaOficial sobre plano do PCC contra o senador. pic.twitter.com/r4Afob2Eiq
— O Antagonista (@o_antagonista) March 23, 2023
Lula fazia referência à operação Sequaz, realizada pela Polícia Federal na quarta-feira (22). Na ação, foram presos nove suspeitos de planejarem ataques contra diversas autoridades, entra elas Sergio Moro e o promotor de Justiça de São Paulo, Lincoln Gakiya.
A operação foi chancelada pela juíza Gabriela Hardt, que assinou os mandados de prisão e de busca e apreensão cumpridos pela PF. A magistrada substituiu Moro na Operação Lava-Jato, depois que o ex-juiz pediu exoneração do cargo, no final de 2018, para assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública no governo de Jair Bolsonaro (PL).
Atualmente, Hardt voltou a ser juíza substituta na 13ª Vara Criminal, hoje comandada pelo juiz Eduardo Fernando Appio. Embora a força-tarefa da Lava-Jato tenha sido encerrada em 2021, processos decorrentes dela ainda tramitam. A operação desta quarta-feira, no entanto, ocorreu no âmbito da 9ª Vara Criminal, cuja magistrada titular saiu de férias na semana passada, o que levou a uma redistribuição do inquérito, com as decisões ficando a cargo de Hardt.
Redação com O Globo e O Antagonista