O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu o direito do presidente Jair Bolsonaro indicar o diretor-geral da Polícia Federal e chamou de “pirotecnia” as reclamações do ex-ministro Sérgio Moro de suposta intervenção indevida de Bolsonaro na instituição.
“Ele (Moro) poderia ter demonstrado seriedade quando virou bolsonarista. Ele é tão medíocre que quando sai, ele tenta criar mais uma pirotecnia com o apoio da Globo: ‘Ah, eu vou sair porque o Bolsonaro quer indicar o diretor-geral da Polícia Federal’. É importante lembrar que o presidente da República tem o direito de indicar o diretor da Polícia Federal, sim. Eu indiquei duas vezes e nunca pedi nem orientei porque eles têm autonomia. E por que o Moro achava que ele podia e o Bolsonaro não podia? Tenta ganhar a opinião pública mentindo outra vez”, disse Lula, defendendo Bolsonaro do inquérito aberto no STF.
Moro deixou o governo por discordar das tentativas de Bolsonaro de trocar o chefe da PF em meio a investigações contra o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho mais velho do presidente, por participar de um suposto esquema de rachadinha na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
As denúncias de Moro levaram à instauração de um inquérito para apurar a suposta interferência do presidente na corporação que levou à intimação para Bolsonaro depor presencialmente no Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo Lula, Moro usou sua saída do governo para criar um fato político e ganhar da opinião pública. “Por que achar que o Moro podia e ele (Bolsonaro) não podia? Ele tenta ganhar a opinião pública tentando mentir outra vez”, disse o petista.
Em mais de uma hora e meia de entrevista, na qual sempre se referia a si mesmo na terceira pessoa como “o Lula”, o ex-presidente criticou Bolsonaro, mas seu alvo principal foram Moro e a Lava Jato que, na véspera, apresentou mais uma denúncia contra o petista (a quarta) por uso do Instituto Lula para receber propinas da Odebrecht.
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