O juiz José Guedes, da 2ª Vara Criminal de João Pessoa, negou o pedido de prisão do padre Egídio Carvalho, ex-diretor do Hospital Padre Zé. Ele é investigado pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) e pela Polícia Civil por suspeita de desviar recursos originalmente destinados à unidade hospitalar, situada na Capital.
No início de outubro, o padre Egídio foi alvo da Operação Indignus, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado do Ministério Público do Estado da Paraíba (Gaeco/MPPB), a Polícia Civil da Paraíba (PCPB), a Secretaria de Estado da Segurança e da Defesa Social (SEDS), a Secretaria de Estado da Fazenda da Paraíba (Sefaz) e a Controladoria-Geral do Estado da Paraíba (CGE). A suspeita é que Carvalho seja dono de 10 apartamentos de alto padrão.
A investigação teve como objetivo apurar os fatos que indicam possíveis condutas criminosas ocorridas no âmbito do Instituto São José, do Hospital Padre Zé e da Ação Social Arquidiocesana (ASA), em João Pessoa. As informações são de possíveis desvios de recursos públicos destinados a fins específicos, por meio da falsificação de documentos e do pagamento de propinas a funcionários vinculados às entidades investigadas.
A Força-Tarefa ainda apura suposto desvio de R$ 13 milhões solicitados por meio de empréstimos em nome da instituição durante a gestão do Padre Egídio Carvalho junto ao Banco Santander e a Caixa Econômica.
Depoimento
O Padre Egídio de Carvalho compareceu à sede do Gaeco, nesta quarta-feira (1º), para prestar depoimento sobre o caso. Porém, segundo informações, o religioso permaneceu em silêncio durante toda a oitiva. A atitude teria sido uma recomendação de sua defesa, comandada pelo advogado Sheyner Asfora.
Egídio chegou na sede do Gaeco por volta das 9h da manhã desta quarta, mas saiu do local sem falar com a imprensa por volta das 10h.
Um dia após a Operação Indignus ser deflagrada, o padre foi de surpresa ao Gaeco. À época, em entrevista coletiva após a visita, o advogado de defesa declarou que o religioso buscou o Ministério Público para dizer que estaria à disposição das investigações.