Desconfie sempre de um político que se diz honesto demais, alguma coisa ele tenta esconder. A auditoria do Tribunal de Contas do Estado, que levantou a fundo as contas do Hospital de Trauma, gerido sob gestão pactuada pela Cruz Vermelha (do Paraguai) revelou um forte indício de desvio do dinheiro público.
O mais curioso é que no primeiro ano de governo de Ricardo Coutinho, o Trauma era administrado ao custo de R$ 4 milhões/mês. Após a gestão pactuada, o Trauma custa hoje ao Estado quase R$ 10 milhões/mês.
De acordo com a auditoria, o Hospital de Trauma realizou despesas de R$ 9,8 mil junto à empresa Jackson Carneiro da Silva na compra de sapatos para empregados, não constando entrada de tal mercadoria no sistema informatizado de estoques da instituição.
A auditoria fez inspeção no endereço comercial da firma fornecedora, que consta no cartão do CNPJ. Nada encontrou, a não ser uma porta fechada nas dependências do centro comercial em João Pessoa.
“Ante o exposto, esta unidade técnica considera insuficientemente comprovada a despesa no valor de R$ 9.800,00, pelo que pugna pela sua devolução ao erário estadual, via imputação de débito aos responsáveis”, afirma a auditoria, que apresenta, como provas, registro fotográfico da fachada do prédio onde deveria ficar a sede da empresa.
MAIS DE R$ 600 MIL COM PASSAGENS
Os gastos com passagens aéreas também estão na mira do Tribunal de Contas. Conforme a auditoria, a Cruz Vermelha efetuou diversos pagamentos a empresas comerciais a título de aquisição de passagens aéreas. Detalhe: não há comprovação jurídico-documental dos gastos, discriminando os beneficiários, datas e motivo determinante de cada viagem.
A empresa Lakshmi Viagens e Turismo é uma das beneficiadas pela Cruz Vermelha. Pagamentos no valor total de R$ 152.632,10 foram efetuados à empresa, sem comprovação material e documental. O mesmo aconteceu com a empresa Classe A Representações Ltda., só que no valor de R$ 451.841,53. Destes, apenas R$ 179.641,61 foram comprovados como pagamentos de passagens aéreas para diretores e gerentes do hospital, mesmo assim sem qualquer correlação com suas atribuições.
Por conta disso, o tribunal pede comprovação dos gastos da ordem de R$ 604.473,63 sob pena de imputação do débito aos gestores e devolução dos valores ao erário.
Com Blog do Kardec