Todos os dias quando acordo repito pra mim mesmo o mantra “todo problema é uma oportunidade disfarçada”. E só Deus sabe o bem danado que me faz tocar a vida por essa óptica.
Pedro Cunha Lima, neto de Ronaldo e filho de Cássio, carrega de berço o estigma de justamente ter correndo no sangue tamanha responsabilidade de garantir a sequência de uma genética política privilegiada.
O Poeta era tão grande e tão largo que brilhou no palco nacional e sua genialidade política e poética é ainda hoje recitada nos quatro cantos.
E uma cidade superlativa como Campina cobrou do poeta a mais espetacular de suas rimas, daí veio Cássio, o menino genial que antecipou em tudo as etapas de seu destino, deputado federal constituinte jovem, prefeito jovem e governador jovem.
Com tudo muito precoce, inclusive a partida de Ronaldo, Pedro foi escalado para sequenciar o clã e foi às ruas pedir um voto de confiança durante a campanha do pai ao governo, saindo como o mais votado.
O que a Paraíba esperava de Pedro? Que fosse largo e passional como Ronaldo, galã e incisivo como Cássio. Mas Pedro se negou a se encaixar no manequim exigido e trilhou seu próprio caminho.
Hoje Pedro tenta emplacar uma candidatura ao governo sem ser Ronaldo nem Cássio e isso pra ele tem sido difícil, pois as lideranças gostariam que fosse como os dois, mas Pedro é Pedro.
Não acredito que ele saia da disputa, pois tem a resiliência do avô e do pai. Precisa trocar, isso sim, sua equipe de comunicação, que até agora não conseguiu realçar suas qualidades nem estabelecer o lado bom de Pedro ser diferente de Ronaldo e Cássio.
Conseguir uma linha direta com o povo, essa é a verdadeira pedra no meio do caminho de Pedro e sinto falta da genialidade de um Zé Maria e da Mix.
Dércio Alcântara.