O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitiu do cargo de comandante do Exército, neste sábado (21), o general Júlio César de Arruda. Seu substituto será o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, que desde 2021 estava na função de comandante militar do Sudeste.
Na sexta (20), antes de sua demissão, Júlio César de Arruda participou de reunião com Lula, no Palácio do Planalto, com a presença do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e dos comandantes da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen, e da Aeronáutica, brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno.
O encontro de ontem foi o primeiro entre o presidente com os comandantes das Forças Armadas, depois do petista defender punição para militares envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro.
Após a reunião, José Múcio Monteiro falou em “virar a página” dos atos golpistas. O ministro da Defesa ainda afirmou que não vê o envolvimento “direto” das Forças Armadas nos ataques em Brasília. Ele ainda revelou que os comandantes estavam de acordo com a tomada de providências contra os militares eventualmente envolvidos nos atos.
Ainda no governo de Jair Bolsonaro (PL), em 30 de dezembro de 2022, Júlio César de Arruda havia assumido interinamente o comando do Exército, depois de um acordo com equipe de transição de Lula com a gestão anterior para que a troca do comando ocorresse antes da posse do novo governo.
O general foi confirmado no cargo pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, no dia 6 de janeiro deste ano. No dia 8 de janeiro, bolsonaristas radicais invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Segundo Lula, durante entrevista à jornalista Natuza Nery, da GloboNews, na última quarta-feira (18), houve falha dos serviços de inteligência das Forças Armadas e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que não o alertaram da possibilidade de ataques golpistas.